Por Prof. Msc. João Oliveira
Brama, primeira deidade da suprema trindade hindu, estava inquieto com o rumo
que o universo estava tomando. Ele havia dado o poder total aos homens e estava
tudo uma grande bagunça, pois, as emoções humanas (raiva, ódio, ambição,
inveja) estavam tornando a criação um verdadeiro caos. Como precisava ir dormir
– seu sono dura 4.320.000.000 anos – ele tinha de encontrar uma solução rápida
para o problema.
Sentado ao lado de Sarasvati, sua esposa e deusa da Sabedoria, todas as suas
cinco cabeças demonstravam preocupação. Alguns outros deuses se aproximaram e
começaram a dar algumas ideias de como ele poderia resolver este dilema.
Shiva foi logo dizendo: - “Vamos destruir tudo logo e começar de novo!”. Apesar
de ser uma boa opção Brama balançou a sua terceira cabeça de forma negativa e
disse: - “Ainda não, eles têm tão pouco tempo que nem vale a pena.”
- “Então esconda o poder deles!” falou Vishnu – “Coloque no fundo do mar, na
mais profunda fenda abissal! Lá eles jamais irão encontrar.”
Brama coçou seu segundo queixo e disse: -“Não... eles um dia vão inventar
submarinos, sinos de mergulho, ROVs e, com certeza irão descobrir que o poder
está no fundo do mar. Não é uma boa ideia.”
Sarasvati que até então nada havia dito disse: -“Amor de minha eternidade,
coloque no topo da mais alta montanha!” Brama virou todas as cabeças na
direção de sua esposa (até mesmo a que estava no alto apontada para o céu) e
resmungou: -“Claro que não! Lá eles vão chegar fácil! Vão colocar suas
bandeiras em todas as montanhas por mais alta que sejam”.
Satrupa, primeira mulher criada por ele e responsável pelo surgimento de tantas
cabeças, disse: -“Brama! Eu já sei! Coloque em algum outro planeta deste
universo! Assim eles nunca poderão ter de novo o poder da criação”.
Ele nem se mexeu e, já meio desolado falou: -“Não vai funcionar. Eles irão
construir naves espaciais e, em algum tempo, estarão alcançando todos os
planetas do universo. Pode demorar, mas irão fazer isto”.
O clima já estava pesado. Ao longe se ouvia o som de explosões das guerras
entre os humanos. Dotados de todo o poder eles destruíam montanhas, arrasavam
cidades e se matavam, uns aos outros, como loucos. Brama já estava optando pela
solução apresentada por Shiva quando seu filho, gerado por Satrupa, Suayambhuva
Manu, disse: -“Pai! Não é sua responsabilidade, fui eu quem gerou a humanidade
por isto eu tenho de prover a solução: vamos esconder o poder no único lugar
onde o homem jamais irá procurar.”
Todos se voltaram para Suayambhuva Manu com o olhar interrogativo e de espanto,
como ele, que nem mesmo uma deidade era, poderia dar solução a um problema tão
grave. Demonstrando humildade, ele falou em baixo tom se dirigindo a Brama: -
“Pai, coloque todo o poder do universo dentro do coração deles! Como eles só
olham para fora, só se veem nos outros e só desejam o externo, jamais irão
encontrar o real poder que tudo move.”
Suayambhuva Manu foi aplaudido por todos e Brama, imediatamente fez como ele
havia dito. Neste ponto do mito hindu Brama se deita e, até agora, esta
dormindo, quando ele acordar este universo será destruído e tudo será refeito
mais uma vez. No entanto, parece que não será nesta era o acesso dos humanos ao
grandioso poder que habita bem no centro do coração de cada um.
A busca pelo poder material inibe a espiritualização do homem que confunde seus
desejos e necessidades a todo instante. Quando o que está fora for silenciado o
coração será ouvido e, a força que nela habita, poderá ser finalmente tocada.
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