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domingo, 10 de agosto de 2008

Solidão e Liberdade


O Livro, Solidão e Liberdade (Solidão e Liberdade; Jadir Lessa; SAEP; 2003) pela capa e o pequeno formato dá ao leitor desinformado um aspecto equivocado do conteúdo e muita gente, caso não tivesse uma indicação de leitura, provavelmente não teria muito interesse na leitura deste manual de bem viver. O tema é profundo, o livro, de fácil leitura, no entanto, é denso, no que nos empurra na introspecção.
“O homem é o único animal que tem consciência de sua própria morte” esse pensamento pode gerar angústia, estar só em seu destino, de final inequívoco: a morte! De nada adianta o maior acúmulo de remédios, riquezas, beleza... Deste destino implacável nenhum de nós escapara. O lidar com isso, transformar essa angústia gerada de estar só com o seu destino em força motriz para lutar, vencer, perder, ser feliz, estar triste... Viver a vida. Ser dono do seu destino! Essa proposta o livro traz em suas páginas no levando ao raciocínio que pode ser aplicado nossas vidas. Estou eu sendo um personagem para os outros? Será que eu estou vivendo minha vida em liberdade?
Jadir Lessa, Psicólogo Existencial Humanista, vê neste livro que podemos estar sendo aquilo que os outros querem que sejamos. Isso pode gerar uma falsa impressão de felicidade, mas a realidade breve aparecerá se é que já não aparece em sintomas. No livro a questão do estar amando e ser amado são abordados com uma força genial. Não se pode estar apaixonado por alguém que só mantemos uma relação em nosso pensamento. Não há troca, não existe relação a dois, como pode alguém se dizer apaixonado por uma pessoa que só habita os seus pensamentos? O verdadeiro amor vem da troca de emoções, do relacionamento real. Esse confronto pode até trazer o desengano, a tristeza, mas isso que é a vida!
Quem vive se espelhando nas telas de novela vê uma vida editada. Pode achar que a sua vida é ruim diante da casa arrumada dos personagens da tv. Jadir usa deste exemplo com sensibilidade de quem conhece bem a realidade do povo brasileiro. Hoje troca-se o jantar de família pelos pratos na mão em frente a tv, e pode-se até medir a desunião de um lar pelos números de aparelhos espalhados pela casa. É mais fácil viver a vida do outro, o brilho do outro do que encontrar o seu próprio.
Não é fácil ser livre e poder ser dono de seu próprio destino. Talvez as pessoas optem por viver num simulacro da realidade. Transformar suas rotinas seguras e previsíveis num modo de vida sem derrotas, mas podemos dizer que também é sem vitórias. Jadir coloca que não ter derrotas não significa ter vitórias. Não ter derrotas, não sofrer, pode ser não se arriscar, não saber lidar com o possível fracasso. O fracasso acontecerá isso é tão certo quanto muitas vitórias também! O medo de viver, de encarar essas possibilidades pode nos congelar! Seremos então, seres vivos que não vivenciam a vida.

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