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quinta-feira, 14 de novembro de 2019

O CASO DA EQUIVALÊNCIA



O CASO DA EQUIVALÊNCIA

O Rio não é para principiantes.

Isso nós sabemos e, como vivemos aqui, nos adaptamos a cada novo dia.

O caso que vou narrar agora oculta o nome dos personagens e alguns detalhes. Então, para facilitar, vamos chamar o protagonista de Fictício de Oliveira.

O Sr. Fictício de Oliveira desembarcou em um de nossos aeroportos vindo de uma cidade (nome também fictício) chamada São Pedro. Lá, em São Pedro, se trabalha muito e ele veio ao Rio com duas intenções: vir estar comigo no ISEC para algumas sessões e se divertir um pouco em Copacabana.

Ok! Desejo super válido para um Pedrista (é assim que se chama que nasce em São Pedro) que raramente visita a cidade maravilhosa.

Ocorre que ele é muito inteligente e, logo de cara, sacou que o preço do táxi estava muito caro no balcão de chegada e se dirigiu para o local de embarque para pegar um táxi que estava deixando algum passageiro.

Deu certo. Entrou no táxi e disse o estava vindo para Copacabana e o nome do Hotel. Tudo certo.

Do nada, o motorista faz essa pergunta no meio da viagem:

- O senhor é hétero ou é mais moderno?

Durou uns três segundos para ele analisar o que seria ser mais moderno, mas assim que percebeu respondeu apressadamente:

- Antigo, sou muito antigo...

- Ah que bom! – Disse o senhor Fictício da Silva (o motorista) – Pegue aqui esse folheto.

Era um fôlder que indicava um site na internet de garotas de programa. E ele continuou:

- Minha filha e a prima montaram esse negócio e estão indo muito bem. Só meninas sérias, super profissionais... não tem rolo não... elas investigam a vida de todas elas de cabo a rabo antes de colocar no site.

Óbvio que o Fictício de Oliveira ficou pasmo! Como assim? O pai divulgando esse tipo de trabalho da filha??? Que mundo louco é esse? Pensou ele.

Chegou no Hotel, deu uma caminhada na praia e depois ficou no quarto com o panfleto na mão. Olhou as fotos e, realmente, nasceu nele o desejo de conhecer uma daquelas senhoras das fotos.

Entrou no site, clicou em algum lugar e lá estava a relação contratual:

- Para marcar uma reunião com uma de nossas profissionais clique no botão abaixo.

Feito!

- Clique na foto de sua preferência.

Feito! Escolheu uma profissional belíssima a foto era digna de ser capa de revista.

- Essa profissional tem o valor de R$ 200,00. Veja a disponibilidade para agendamento na tabela abaixo e logo após clique para pagar R$ 50,00 e ter acesso ao contato direto com ela. Os R$ 150,00 restantes devem ser pagos em espécie na chegada da profissional no local marcado.

Feito!

Agora o Fictício de Oliveira estava ansioso e esperando a resposta da profissional.

Não demorou muito e já estava em uma conversa aberta com ela pelo WhatsApp e combinaram o seguinte: na chegada ao hotel ela diria que veio pegar as amostras do laboratório.

Tenho de dar mais detalhes sobre isso:

Ocorre que, existem várias senhas combinadas para não causar uma má impressão na recepção dos hotéis. Algumas dizem que vieram pegar os documentos da embaixada, outras que trouxeram os dados do processo e por aí vai.

Só que isso é tão comum que quase todos os recepcionistas de hotéis conhecem essas senhas. Penso que, em algum momento, vai realmente chegar uma profissional de algum laboratório, para de fato pegar as amostras e o recepcionista vai falar:

- Ralando muito essas pernas minha prima?

Voltando ao tema principal.

O interfone tocou, o recepcionista disse a senha combinada e ele autorizou que a senhora subisse até o quarto.

Foram minutos de ansiedade.

Tocou a campainha do quarto.

Quando ele abriu a porta tomou um susto! A senhora não se parecia em nada com a modelo sensual da foto do site.

- Mas, o que é isso? Houve algum engano! Não contratei a senhora!

- Sou eu sim. As fotos do site são de divulgação... está escrito isso no aviso legal da página.

- Não... não... a senhora me desculpe, mas não quero mais os serviços...

Os dois estavam em pé na porta do quarto e o Sr. Fictício estava totalmente alterado.

- Pode ir embora... por favor.

A menina (antes senhora) abaixou a cabeça com tristeza e disse:

- Vou precisar do dinheiro do táxi pelo menos... não tenho como voltar para casa.

Aí bateu uma pena e ele pegou R$ 100,00 da carteira e deu para ela.

Pronto! Problema finalizado.

Por curiosidade entrou no site novamente e viu que, em letras pequenas, tinha de fato um alerta embaixo de cada foto: AVISO LEGAL* --- Como tinha um asterisco ele começou a vasculhar o site para ver se encontrava o complemento dessa informação.

Estava no rodapé da página, também em letras bem pequenas:

AVISO LEGAL: As fotos deste site são meramente ilustrativas. Os produtos originais possuem as mesmas equivalências funcionais.

Dessa forma finalizo essa história também com um aviso legal: os fatos aqui relatados são meramente recreativos. O original possui uma certa (distante) equivalência dramática ou cômica (dependendo do leitor).

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