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domingo, 26 de agosto de 2018

LINGUAGEM NÃO VERBAL - A FACE NÃO MENTE - AGENDA DE CURSOS EM SETEMBRO



Gostaria de ter o poder nas relações?

Em todos os ambientes: social, profissional, familiar e, principalmente, em seus relacionamentos intímos?


SE O CORPO FALA A FACE NÃO MENTE - LINGUAGEM NÃO VERBAL

Com o Prof. Dr. João Oliveira autor do livro SAIBA QUEM ESTÁ À SUA FRENTE.

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São Paulo:
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Curitiba
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#AFACENAOMENTE

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

DESCUBRA SUAS REAIS COMPETÊNCIAS



No momento em que vivemos, existe uma necessidade urgente de aprimoramento das competências dos colaboradores para que, estes então, possam dar o melhor de si em suas funções laborais. Esse movimento pode ocorrer em dois sentidos: da empresa para o funcionário ou, do próprio indivíduo que busca uma melhor posição no mercado independente da função que ocupa atualmente.

Ocorre que muitas são as pessoas que não são capazes de vislumbrar seu real potencial e acabam por deixar de lado suas reais competências. Competência nada mais é que o resultado do conjunto de conhecimentos de uma pessoa mais suas habilidades pessoais e as próprias experiências de vida que podem qualificar uma pessoa para desempenhar um papel funcional, uma tarefa ou, como é dito normalmente: uma vocação natural.

Tornando o entendimento das competências mais didático, podemos dizer que ela pode ser dividida em três elementos principais: o conhecimento formal que pode ser adquirido normalmente com estudo e/ou treinamentos; saber-fazer que está ligado as habilidades pessoais de uma pessoa e os recursos disponíveis para sua atuação; e por último saber-ser que reflete as atitudes de uma pessoa diante das demandas apresentadas no dia a dia.

Quando não há um investimento por parte da instituição para que seus colaboradores possam melhorar ou até mesmo, descobrirem suas competências, é necessário que isso seja feito pelo próprio elemento que deseja alcançar um posicionamento melhor na empresa ou no mercado. Ocorre que as competências passaram a ser pré-requisitos exigidos por qualquer empresa atual no processo de recrutamento e seleção para suas vagas.

Diversos são os mecanismos existentes usados pelos selecionadores, que vão desde entrevistas até aplicação de dinâmicas e testes, afim de pontuarem as competências necessárias para determinado cargo. Não saber quais são as competências pessoais e/ou não aprimorar as que existem faz toda diferença na hora de se candidatar a um processo seletivo.

Conheça as dez principais competências que são mais requeridas nos processos seletivos para a maioria dos cargos. Dessa forma, você poderá analisar em quais possui um melhor desempenho e, quais são as que precisa melhorar. Vale a pena lembrar que, com um bom treinamento, tudo pode ser melhorado em um profissional. A ordem disposta não está ligada a importância de cada competência. Afinal, diferentes cargos vão exigir melhor desempenho em diferentes competências:

· Trabalho em equipe: provavelmente a mais requerida das competências. Trabalhar em grupo requer que o indivíduo possua uma boa inteligência emocional para poder lidar com os conflitos que sempre surgem nas equipes. São diferentes pessoas com diferentes personalidades e isso vai impactar no modo de cada um desempenhar seu papel produtivo. Administrar diferenças é o foco dessa competência.

· Ser Líder: O passo seguinte de saber trabalhar em equipe é se tornar um líder. Lembrando que existe uma diferença crucial entre ser o chefe e ser o líder. Para saber se você já é um bom líder, avalie seu papel nos cenários onde atua: família, amigos, colegas de trabalho. Como essas pessoas se relacionam com você e como você impactua essas pessoas com suas ideias e conceitos. Você é uma pessoa que exerce influência no ambiente onde está inserido?

· Autoconhecimento: Para que tudo isso funcione bem uma competência deve estar sempre sendo alvo de investimento: o autoconhecimento. Um profissional necessita conhecer seus pontos fortes e frágeis da mesma forma que deve descobrir o que realmente o motiva a crescer todos os dias.

· Visão de negócio: uma certa ambição sempre é importante e, para isso, é necessário que se tenha uma visão além de sua própria área de atuação. Conhecer bem todo o sistema que o rodeia na instituição (ou mercado) para perceber as oportunidades de crescimento. Ir além do que toca e vê diariamente, abrir horizontes.

· Atitude (o “A” do CHA): Todos os profissionais minimamente qualificados conhecem bem o significado do CHA (conhecimentos, habilidades, atitudes). Ter atitude diante do grupo de atuação com comprometimento e ética faz toda diferença na hora de ser lembrado pelas pessoas. Ser lembrado positivamente, como um elemento de atitude é um bom passo para o crescimento na instituição.

· Ser sociável: Não se trata de uma competência exclusiva do ambiente laboral. Hoje, ser sociável, é a mola mestra da cultura recheada de redes sociais. Nesse ponto, saber ouvir os outros é uma habilidade que deve ser alavancada. Afinal, lidamos com pessoas em múltiplos cenários o tempo todo, eles são: nossos companheiros de equipe, gestores, família e ambiente social.

· Foco na produtividade: De nada adianta ter inteligência emocional e se tornar um líder natural em sua equipe se não possui um foco voltado para a entrega de resultados. Qualquer instituição deseja que sua produtividade seja ampla e que o retorno financeiro ocorra para a manutenção de todos os processos envolvidos na produção. “Tempo é dinheiro” não é só um ditado popular, raras são as empresas que por algum motivo conseguem sobreviver no mercado com baixa produtividade.

· Capacidade de se adaptar a mudanças: A resiliência é uma competência altamente solicitada para suportar as pressões internas e externas no ambiente de trabalho. Darwin nunca disse que é a espécie mais forte que sobrevive. Ele sempre afirmou que é a que melhor se adapta ao ambiente. Dessa forma, a única certeza que temos é a mudança constante do mercado. Sem capacidade de adaptabilidade não haverá um futuro para ninguém.

· Capacidade de comunicação plena: Essa competência deve ser encarada como primordial em qualquer relação que se tenha da mesma forma que ser sociável. Em uma instituição uma falha no processo comunicacional pode gerar erros e prejuízos na produtividade, por isso, manter uma comunicação clarificada, sem dúvidas, é essencial no ambiente de trabalho.

· Capacidade de criar e manter agendas: Saber lidar com prazos, ser organizado e capaz de cumprir as metas estabelecidas no tempo certo é uma competência muito bem vista e, porque não dizer, essencial para as pessoas que desejam usufruir de um crescimento na instituição. Saber se programar e criar estratégias de resolução de demandas irá colocar qualquer pessoa na direção do sucesso na vida profissional.


Assim, observando as diversas competências podemos descobrir quais devemos trabalhar para melhorar e quais as que podemos usar em prol de conseguimos alcançar nossos objetivos. Sempre é possível aprimorar as habilidades que possuímos e aquelas que julgamos deficitárias podem ser alavancadas com treinamentos. O importante é ter consciência da real condição e usar isso como ponto de partida e nunca como uma condição finalizada.

Por Prof. João Oliveira

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

NOVAS LEIS, NOVAS CONDUTAS



Tudo começa em uma manhã de sábado no Estádio de São Januário, Vasco da Gama, que estava completamente lotado para as comemorações do Dia do Trabalho. Era o dia 01 de maio de 1943 e o então presidente Getúlio Vargas assinava a CLT – Consolidação das Leis do Trabalho – o Decreto Lei 5. 452 – já quase no final do período do Estado Novo (1937 e 1945). Uma revolução que surge para unificar toda legislação trabalhista que até o momento existia no Brasil.

Inspirada no perfil da legislação trabalhista italiana de Benito Mussolini, “Carta del Lavoro”, a CLT cria a regulamentação das relações coletivas e individuais do trabalho. Logo no início do Estado Novo houve uma preocupação com a unificação das Leis Trabalhistas em prol da classe operária, vários juristas foram convocados para montar o projeto da Lei que atendesse as necessidades de proteção do trabalhador dentro do contexto que foi chamado de “estado regulamentador”. Foram 13 anos de trabalho para que a CLT fosse finalizada com seus oito capítulos que cuidam de forma abrangente e especifica dos direitos de grande parte dos grupos trabalhistas brasileiros.

Em seus 922 artigos podem ser encontradas muitas informações que são valiosas para a segurança da classe trabalhadora em sua relação com o universo patronal como: identificação profissional, duração (jornada) do trabalho, salário mínimo, férias anuais, segurança e medicina do trabalho, proteção ao trabalho da mulher e do menor, previdência social e regulamentações de sindicatos das classes trabalhadoras.

Desde sua criação em 1943 até os dias atuais a Consolidação das Leis do Trabalho já sofreu muitas mudanças em seu texto para se adaptar aos ditames da modernidade. Uma das alterações ocorreu em 22 de dezembro de 1977 em seu Capítulo V com uma nova redação dada pela Lei nº 6.514 que altera o capítulo “Segurança e Higiene do Trabalho” agora intitulado “Da Segurança e da Medicina do Trabalho”. Assim, a CLT passou a versar sobre medidas de prevenção de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. Essa atribuição administrativa é dada ao Ministério do Trabalho e Emprego para a fiscalização e normatização da matéria (artigos 155, 156 e 159).

Estamos em 2018, 41 anos depois desta última grande alteração, com um mercado dinâmico e novos perfis de atuação. O trabalhador mudou tanto quanto a própria tecnologia e, essa nova reforma trabalhista já havia ocorrido na prática em vários setores à margem da lei. Algumas empresas já dividiam as férias em três períodos e outras, por exemplo, já tinham acordo com os funcionários para diminuição do tempo da pausa para almoço e, em consequência, saiam mais cedo do trabalho.

Em um contexto geral, alguns advogados afirmam que a reforma está prejudicando em muito o trabalhador que tem o perfil tradicional. Aquele que se desloca até o local de trabalho e cumpre uma agenda de horários rígidos.

A reforma não afeta, de modo direto, os principais direitos tradicionais, tais como o 13º salário, férias, o aviso prévio etc. Mas, o ataque indireto pode ser pesado, embora sutil: afetando os sindicatos e sua representatividade dos trabalhadores, diminuindo os poderes e reduzindo o seu campo de atuação. Assim, consegue afastar a principal barreira que seria de proteção dos trabalhadores, pois passa a jogá-los na negociação direta com os empregadores.

São duas grandes mudanças que podem ser prejudiciais para o funcionário em favor do empregador: 1) após homologar no sindicato o trabalhador não terá direito a pleitear na justiça, mas não estão levando em consideração que ao ser demitido o trabalhador que sacar o FGTS para sobreviver durante um período, e somente poderá sacar o FGTS caso seja homologado, assim está “obrigado ao trabalhador aceitar a homologação”. 2) a formação de grupo econômico, pois mesmo que um determinado sócio participe de duas empresas no mesmo segmento e uma seja condenada a pagar uma indenização ao ex-funcionário, a outra não poderá ser responsabilizada, ou seja, o sócio pode montar 10 empresas para um segmento especifico, para contratar 10 funcionários, não pagar seus direitos, que a outra empresa não será responsável por tal indenização.

Para os trabalhadores do século XXI, em seus home offices a história é bem diferente: a nova legislação favorece esse perfil laboral criando a possibilidade de uma estruturação de carga horária adequada à função. A negociação entre as partes permite criar inúmeras possibilidades que podem dar elasticidade aos, até agora, chamados freelancers. A possibilidade de contratos sob medida de demanda sem criar carga extra ao empregador deve alavancar novas demandas e ampliar o número de “funcionários” nesse perfil.

Dessa forma, quem detém qualidade em sua produção estará seguro no ambiente competitivo a partir de agora, desde que tenha habilidades comerciais. Assim, qualquer um que deseje se manter (onde quer que esteja) deverá imprimir maior excelência em sua atividade.

Diante dessas alterações os departamentos de RH deverão estar preparados para o impacto direto na cultura organizacional das instituições. O melhor caminho, sem dúvida, é o esclarecimento de todos os detalhes da nova legislação através de um bom processo comunicacional. Desde já palestras e treinamentos devem estar na pauta de qualquer empresa que deseje manter seu índice de produtividade. As dúvidas e questionamentos sem o devido esclarecimento são como ferrugem em qualquer engrenagem.



Por Prof. Dr. João Oliveira


POSTURA DE VENCEDOR



Uma das fobias sociais mais conhecida é o medo de falar em público. No universo corporativo esse distúrbio pode significar a diferença entre alcançar o sucesso ou se perder na multidão de colaboradores. Ocorre que, quem evita falar para grupos (grandes ou pequenos) de pessoas perde oportunidades de crescimento na instituição por não colocar suas ideias e projetos para a apreciação de seus pares ou gestores.

A pessoa introvertida, que prefere se afastar do convívio social e das relações com grupos, geralmente possui uma autocobrança exagerada aliada a uma baixa autoestima. Como isso funciona: o indivíduo deseja acertar, mas, teme a frustração por não se julgar competente o bastante.

O resultado disto, de uma forma geral, é a possibilidade desta pessoa apresentar uma voz que transmite insegurança. No entanto, o que a maioria das pessoas não sabe é que alguns ajustes posturais, por exemplo, podem ajudar bastante na aquisição de uma auto confiança e, como consequência, uma melhor desenvoltura não somente na voz, mas, além disso, em toda configuração da linguagem não verbal.

Uma pesquisa feita por psicólogos comportamentalistas alemães sobre o perfil da marcha (forma de andar) de pessoas com tendência à depressão revelou um aspecto curioso relativo a postura ao se locomover. Da mesma forma que a psicóloga de Harward, Amy Cuddy, provou em 2011 que a alteração da linguagem corporal altera a produção hormonal. E o mais recente estudo diz que a maneira como se anda (consciente ou não) interfere diretamente na formação do humor e estado de ânimo de uma pessoa.

Este estudo relevante aponta que o estado de humor afeta o modo de andar de uma pessoa e o contrário, como já foi provado, também é verdade. Michalak J., no artigo Embodiment of Sadness and Depression—Gait Patterns Associated With Dysphoric Mood, apresenta a diferença no modo de andar de pessoas depressivas, em comparação aos que não apresentam tal estado de humor: o movimento dos braços, a oscilação do corpo, os movimentos verticais, postura e velocidade.

A fórmula mais simples é fazer, conforme a pesquisa da Amy Cuddy, as posturas de poder por apenas dois minutos sempre que se estiver diante de um possível desafio, como falar em público. Basta se colocar nas seguintes posturas por dois minutos: a pose do super-homem ou mulher-maravilha com as mãos na cintura; postura do general com as mãos atrás do corpo; e as mãos no alto, entrelaçadas, se encontrando atrás da cabeça. Da mesma forma que a alteração da marcha, essas posturas irão influenciar diretamente em uma rápida mudança no perfil de produção hormonal, gerando mais autoconfiança.

A diferença é percebível, pois os depressivos apresentam menor movimento na oscilação dos braços, maior amplitude na oscilação do corpo, menor amplitude nos movimentos verticais, postura mais inclinada e menor velocidade ao andar. Em um segundo estudo, ainda dentro deste artigo, os pesquisadores induziram estado de tristeza e felicidade e não encontraram alterações significativas na marcha dos voluntários. A alteração do humor foi induzida por meio da audição de peças de músicas tristes e alegres; depois, ao sujeito foi solicitado que caminhasse por um tapete vermelho para a análise da marcha.

Esse estudo revela que pode ser possível, com uma técnica mais apurada, um diagnóstico do estado emocional ou sintomático de uma pessoa na observação do seu modo de caminhar, já que tristeza (estado de humor) e depressão (doença) apresentaram no estudo perfis diferentes na análise dos elementos que compõem a marcha do andar.

Sabemos que uma pessoa que não consegue se expressar de forma eloquente, pode ser tímida e isso pode ser percebido na maneira como se desloca caminhando. Caso ela mude, consciente e forçosamente, sua maneira de caminhar poderá influenciar na alteração da produção endócrina e, com isso, alterar seu estado de humor e ânimo. O resultado disso é uma melhora na desenvoltura social graças a uma alteração da disposição interna.

Bastam apenas dois minutos de preparação com as posturas e um pouco de atenção na forma de caminhar. O resultado pode ser notado imediatamente e, com certeza, as interações sociais irão se tornar mais agradáveis no dia a dia. Atualmente, técnicas como essas, são utilizadas por atores, políticos, advogados e até mesmo executivos de grandes empresas. Psicólogos estão começando a se especializar em uma nova tendência que surge derivada da análise comportamental em conjunto com a auto-hipnose.

A visualização criativa, por exemplo, prática de imaginar uma tarefa futura como realizada com êxito, já era usada na antiga União Soviética pelos atletas de elite e a própria Nádia Comaneci, ginasta romena das barras assimétricas responsável para implantação de mais um digito no placar de notas (antes dela a maior nota alcançada era 9), jamais escondeu a utilização desta técnica durante os treinos que antecederam a provas olímpicas que participou.

Assim, investir um tempo do seu dia em práticas posturais pode ajudar bastante no desenvolvimento pessoal e profissional da mesma forma que manter um pensamento voltado para a prospecção de eventos futuros realizados com sucesso: se imaginar sendo bem-sucedido nas tarefas cotidianas e em seus planos.




Por Prof. Dr. João Oliveira

terça-feira, 21 de agosto de 2018

A MORTE NO DESERTO




Youssef Marakt percebeu que a morte o olhou de frente:

- O que deseja de mim?

Falou desesperado.

- Nada além da vida.- Disse a sombra que ilumina o escuro.

Pode ser que você (amigo leitor) não saiba, mas, a morte emana cheiro e calor. De fato, ela faz surgir em nós sensações que só saberemos diante da nossa própria.

Youssef não se apavora com pouca coisa. Dizem que ele mordeu uma Naja antes que essa tivesse chance de lhe dar o bote.

Homem de coragem falou:

- Quanto tempo tenho? Diga a verdade!

A morte, num gesto lento e cauteloso, levou a mão direita aos trapos sujos na direção da cintura e pegou um relógio de bolso pela corrente.

Sem mover a cabeça para olhar o relógio, ergueu o braço até que os ponteiros estivesse na frente de seus escuros e profundos olhos.

- Se o relógio ainda trabalha... Existe tempo.

A voz cavernosa encheu a noite no deserto.

- Isso significa que se eu estiver trabalhando terei tempo de vida?

- Veja bem - Disse o final de todos os seres vivos - Muitas vezes os ponteiros param porque ficam enferrujados... Outras vezes porque se esquecem de dar corda. Sabe, já vi relógios novos parados e velhos bem pontuais.

- Entendi o que disse.- Youssef se levantou - A senhora pode ter certeza que irei colocar todas as intenções que tenho em minha mente no mundo na forma de produção. Esse relógio irá trabalhar até o último segundo.

Servo do Califa, Youssef desejava ser médico ou engenheiro. Embora, naquela época, não tivessem esses nomes nas profissões.

- Diga-me apenas uma última coisa: porque prefere levantar o braço tão alto para olhar o relógio ao invés de, simplesmente, abaixar a cabeça?

A morte, também conhecida como último suspiro, sorriu sarcástica como sempre.

- Eu não me curvo para o tempo.

Sendo assim, quem até aqui chegou na leitura, a produção não é garantia de longevidade. No entanto, dá sentido ao tempo que temos.

Boa vida e até a morte.



Texto de João Oliveira

domingo, 19 de agosto de 2018

REVISÃO DE PROCESSOS PRODUTIVOS



Tudo que está indo bem pode ser melhor! Essa máxima deveria ser aplicada em todos os processos na instituição, pois, muitas vezes, acreditamos mais em outra frase de efeito: time que está ganhando não se mexe.

Durante um processo de recrutamento e seleção notamos que o sistema de controle de clientes, de uma grande sapataria, estava colocado em uma grande caixa arquivo. Cada cliente tinha uma ficha de controle com anotações feitas pelos atendentes com a data da compra, pagamento de parcelas e os dados cadastrais. Tudo em papel preenchido manualmente.

Obviamente questionamos o método e o motivo da loja ainda não ter migrado para um sistema informatizado que pode facilitar, em muito, o trabalho das atendentes e ainda gerar relatórios consistentes sobre as vendas, inadimplência e inúmeros outros parâmetros. A resposta, dada pelo gestor da loja, foi óbvia também: - “Porque mudar algo que funciona bem há mais de trinta anos? ”.

Esse tipo de postura tem levado muitas empresas a diminuírem seu potencial de mercado e, em casos mais graves, a cerrarem as portas. Nos dias atuais estar na frente não é apenas uma questão de modernização ou economia de tempo, trata-se da própria sobrevivência no mercado que se transforma a cada dia.

A busca por melhorias deve ser constante em qualquer perfil de atividade em conjunto com as avaliações de desempenho. O gestor precisa criar uma rotina sistemática de reavaliações dos processos numa agenda programada que deve guardar um período máximo de um ano. Hoje, no entanto, muitas empresas possuem revisões de processos trimestrais com auditores e consultores internos.

Um dos detalhes mais importantes é treinamento do corpo funcional. Tal qual a troca de pneus na fórmula 1, as equipes de trabalho precisam estar niveladas para que, todos os estágios dos processos produtivos, possam manter o mesmo padrão de resolução. Guardando os níveis de dificuldade que cada etapa pode ter, é primordial que esse programa contemple todos elementos de forma igualitária. Ser expert em uma função não dispensa o conhecimento do todo. Afinal, mudanças ocorrem e a polivalência pode salvar o dia.

Certos setores, principalmente os prestadores de serviços, relevam para o segundo plano o investimento na eficiência dos protocolos (quando existem). Como o dia a dia arquiteta naturalmente o perfil de atendimento e, muitas vezes, o concorrente segue o mesmo modelo de erro e acerto, qualquer um que apresente um novo sistema que seja mais ágil, irá ganhar mais espaço no mercado consumidor em pouco tempo.

Não podemos deixar de pensar na informatização como meio de acesso mais fácil a velocidade de resoluções e como meio de comunicação entre os elementos da equipe. Os problemas, que sempre estarão presentes nas demandas cotidianas, devem ser analisados a fundo até que as possíveis soluções possam ser planificadas e apresentadas a equipe como protocolo de ações futuras.

Entre os perfis de atividades produtivas um dos mais sensíveis é o ambiente da saúde pública onde, falhas no protocolo, podem levar a danos muitas vezes irreversíveis aos usuários. Assim, as revisões devem ser mais constantes e as atualizações comunicadas de forma igualitária aos elementos que atuam neste cenário. Mecanismos funcionais quando renovados podem encontrar resistência entre os profissionais que já se habituaram ao dia a dia e temem mudanças, seja elas quais forem.

Hospitais de referência só se tornam referência justamente quando possuem protocolos estabelecidos e atualizados regularmente. A atividade laboral diária muitas vezes consome a energia criativa para resoluções e, aquilo que é enxergado como normal, pois sempre aconteceu assim, pode esconder caminhos mais céleres e produtivos. Ousar apresentar propostas de mudanças e ter coragem para implementar mudanças é um dos índices que diferencia um simples chefe na cadeia de comento de um bom líder gestor.

Nas indústrias, a revisão de processos gera lucro imediato. Tamanha é a importância que a CNI (Confederação Nacional da Indústria) em conjunto com o SENAI (Serviço de Aprendizagem Industrial) criou em 2015 o projeto Indústria Mais Produtiva. Esse projeto observa os processos nas empresas e, após um estudo, apresenta soluções para economia de tempo e recursos. Procedimentos de logística ou mesmo manuseio de equipamentos e material podem ser aprimorados gerando uma produtividade além da esperada normalmente.

Muitas das propostas apresentadas por esse projeto, durante as revisões de processos, eram simples e não dependiam de nenhum investimento para implementação. O olhar diferenciado de quem está fora do vício comportamental do ambiente pode apresentar soluções onde, na maioria das vezes, nenhum problema era encontrado.

Os ganhos são evidentes em todas as áreas, mas, podemos ressaltar alguns pontos onde, com certeza, essas possibilidades serão mais visíveis na rentabilidade:

- Na economia dos recursos internos da instituição. Uma alteração de faixa horária de trabalho, por exemplo, pode gerar economia no consumo de energia elétrica na refrigeração ou iluminação do ambiente.

- Agilidade no atendimento ao cliente. A implementação de um programa de Power Management, onde o profissional de atendimento possui informação e autonomia para prover soluções aos usuários sempre gera ganhos e fidelizações.

- Engajamento das equipes de trabalho. Quando os processos apresentam resultados positivos se amplia a motivação na cultura organizacional estabelecida. A noção de time ganha força.

- Maior alcance de objetivos e metas. Com a diminuição de tempo gasto em processos burocráticos (fichas de papel, por exemplo) as metas se tornam mais próximas e tangíveis.

Somente duas coisas impedem a melhoria constante dos processos internos de uma instituição: acomodação e medo. Mudar requer, portanto, incômodo e coragem. Sair do lugar comum e se reinventar todos os dias não aceitando as coisas como estão sem antes especular como elas poderiam ser e ter coragem para apresentar seus planos e implementar, mesmo diante de uma cultura que valoriza modelos já testados apenas por um terrível preconceito pelo possível erro durante a jornada ao sucesso.

Por Prof. Dr. João Oliveira