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sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Por que ficamos doentes



Por Beatriz Acampora


Há quase 20 anos atrás me tornei vegetariana por muitos motivos, mas o principal deles é o respeito a vida animal e uma posição pessoal consolidada contra o modo como os animais são tratados e mortos em larga escala para o consumo humano, dentro de uma indústria capitalista. Ocorre que nos últimos 20 anos a situação do mundo piorou tanto, que hoje os animais são alimentados com rações modificadas com aditivos, dentre eles antibióticos, que facilitam a rápida absorção do alimento e o crescimento.

As consequências é que o ser humano, ao comer carne (vermelha, de frango e até peixe) está ingerindo mais hormônios (advindas naturalmente da carne). Há uma luta interna no corpo humano para assimilar os hormônios das carnes, os agrotóxicos das frutas e verduras, os estabilizantes, edulcorantes e tudo o mais que é utilizado nos enlatados e nos produtos industrializados para que haja maior durabilidade.

Para manter a homeostase (equilíbrio interno), o organismo busca uma adaptação, que muitas vezes se manifesta em forma de doença. As doenças da modernidade, que parecem não ter explicação, podem estar diretamente relacionadas à grande quantidade de hormônios e produtos químicos que ingerimos diariamente sem consciência. O número de casos de câncer só aumenta, o número de pessoas com problemas hormonais e da tireoide também.

Uma pesquisa publicada pela universidade britânica de Reading, em 2004, afirmou que os conservantes parabenos estão diretamente ligados ao câncer de mama e a distúrbios endócrinos, por não serem totalmente absorvidos pelo organismo. Presente em vegetais processados, maionese e molhos, utilizados, ainda, para preservação de cosméticos e de determinados produtos de bebês (como loções e xampus) – A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos considera o produto cancerígeno.

“Os avanços da ciência têm, cada vez mais, revelado que nenhum conservante é seguro. A longo prazo, o consumo aumenta o risco de câncer e hiperatividade. Já os corantes são responsáveis por quadros alérgicos e contaminação por metais pesados”, diz o farmacêutico Maurício Pupo, da Universidade Camilo Castelo Branco, de São Paulo. Segundo ele, o problema dessas substâncias é que não se pode prever seu efeito no organismo a longo prazo.

“Há três anos, pesquisadores da Universidade de Southampton, na Inglaterra, descobriram que o benzoato, um conservante largamente usado em bolachas, sorvetes e salgadinhos, acentuava os sintomas de hiperatividade em crianças”, diz o especialista. Benzoatos e sorbatos estão presentes, ainda, em refrigerantes, leite, chá, café e queijo.

Muitos outros conservantes utilizados em larga escala industrial podem afetar a saúde humana, dentre eles: o glutamato (relacionado a tonturas, enxaqueca e câncer) e o bromato (relacionado a ataques de diarreia).

Conheça outros conservantes você está consumindo no seu dia-a-dia:

Nitritos e nitratos – presentes em carnes embaladas
Propionatos – presentes em produtos de panificação
Dióxido de enxofre – usado para preservar frutas secas, vinhos e bebidas alcoolicas.

Muito provavelmente estamos consumindo produtos com estes conservantes químicos por toda a nossa vida! E também temos visto crianças, adolescentes e adultos com problemas de saúde que não existiam há 80 anos. Isso porque antigamente as pessoas plantavam e colhiam: era tudo mais natural, o tempo de maturação das coisas era respeitado. Mas, na pressa contemporânea, em que tudo tem que ser para ontem, se tornou comum que a alimentação fosse rápida e mais prática possível, não importando as consequências.

Hoje há algumas opções de orgânicos, para aqueles que, como eu, decidiram encarar a realidade de frente e tentar viver no mundo atual com um mínimo de qualidade. Mas, não se iluda: os sacrifícios são imensos! Se alimentar com qualidade tem muitas implicações, como abrir mão do que já se está costumado, planejar o que vai comer, ler atentamente os rótulos dos produtos a serem consumidos, criar novas fontes de satisfação.

Na minha vida hoje, ser vegetariana, ficou ultrapassado. Para manter meu sistema endócrino funcionando bem e minha saúde geral ser de qualidade, escolhi ser o mais natureba possível e abrir mão dos industrializados, enlatados e todos os produtos de origem animal. Para muitos, essa pode ser avaliada como uma postura radical, mas, para mim, nada mais é do que uma tentativa de viver com qualidade, de dar uma chance ao meu corpo para que ele entenda que é possível uma readaptação para a saúde e não para a doença.


Fontes:
http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticia/2011/05/alem-de-cancer-parabeno-pode-causar-perturbacao-endocrina-3325153.html
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/saude/conteudo_418163.shtml
http://pt.265health.com/diet-nutrition/nutrition/1009099449.html#.VC8hEfldWao

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