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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

A PALAVRA DITA


A maioria de nós verbaliza palavras sem ao menos raciocinar sobre o que está realmente sendo dito. Além de não ter ciência do que as palavras escondem em seus significados. São construídas frases inteiras sem comprometimento real com o que é expresso.

Coisas simples como: -“Bom dia, tudo bem?” Ora, nós sabemos que esta pergunta não requer uma resposta completa e, caso alguém ao ouvir isto, resolva responder corretamente irá se tornar, de pronto, um chato. Basta dizer: - “Tudo!” e a conversa ali se encerra.

Algumas frases revelam outro nível de complicação. Talvez os exemplos ajudem, caso você possa elaborar por alguns segundos, que tipo de problema pode estar velado nelas:

1) - A gente se fala depois, passa lá em casa.
2) – Menino burro! Você não vai ser nada na vida!
3) – Coma tudo, aí tem o suor do seu pai!
4) – Sexo é pecado (ou sujo)!
5) – Eu acho que ...
6) – Vai dar tudo certo.
7) – Calma, vai melhorar.
8) –Não se preocupe, está nas mãos de Deus.
9) – O bem sempre triunfa;
10) –Só o amor constrói.

Devo deixar que o leitor raciocine sobre cada uma delas. Algumas delas não impõem tantas complicações de resposta comportamental outras, porém, são condenatórias, caso aceitas por nós no sentido profundo do que é dito.

Interessante é que, mesmo sem saber o que está implícito, muitas vezes, nosso inconsciente, aceita o comando incluso no conteúdo da fala como verdade absoluta. No histórico de atendimentos em consultório é comum o ato de ressignificar essas prisões semânticas.

Caso você não tenha conseguido “ler” nas entrelinhas das dez frases acima entre em nosso site (http://isec.psc.br ) e assine o mail list para assistir as palestras virtuais que ocorrem todas as terças às 20h00. As frases, postas aqui, são apenas dez, no dia a dia ouvimos milhares que são plenamente capazes, caso aceitas, de criar verdadeiras muralhas impeditivas da felicidade.

Como ajuda na sua elaboração vamos olhar duas frases com maior atenção, sem querer ser finalista em suas resoluções semânticas, a de número cinco e oito, somente para abrir um início de raciocínio:

A frase número cinco, por exemplo, cria mais problemas do que ajuda alguém. Depois do “eu acho” quase sempre vem um conselho baseado na experiência pessoal de quem fala. Ótimo! Mas é para a vida do outro que tem suas próprias experiências com erros e acertos. Portanto, seria lógico pensar que as minhas palavras servem somente para mim, e quase nunca para o outro, que deve aprender a gerar suas próprias elucidações.

A frase de número oito é provavelmente uma das mais perigosas: - “Não se preocupe, está nas mãos de Deus.” Dependendo do momento da vida em que isto for dito, ouvido e aceito pelo sujeito, pode criar um mecanismo de aceitação sem luta pelos objetivos pretendidos. Parece loucura vermos pessoas não tomarem seus remédios por acreditarem que Deus tem distinção entre vivos e mortos (pelo que sei, Ele reina nos dois mundos), ou que se acham privilegiadas por terem feito alguma coisa boa durante a vida e, por isto, receberam o “prêmio” da vida (pelo que sei, todos morrem).

Se você prestou atenção, deve ter percebido o jogo que foi feito no parágrafo anterior. Só há uma forma de se quebrar uma programação linguística, a ressignificação. Não se pode mudar a experiência, mas é possível elaborar novas estruturas de significado para o conteúdo latente dentro de nós.

Ao contrário do que pensamos, não somos nós que usamos do idioma, as palavras é que fazem uso de nós. Uma pena que poucas são as programações positivas ditas de forma espontânea na nossa vida. Então, vamos prestar mais atenção naquilo que jogamos ao ar, pois, quase sempre, o eco devolve repetindo sem parar, nossas próprias palavras.


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