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Viver com base nas expectativas materiais deve ser, realmente, muito desgastante. O nível de energia utilizada para acompanhar o ambiente estético (Olá, Soren Kierkgaard!) com certeza leva a exaustão qualquer ser humano que viva em aquários.
Senão, vejamos, sempre existirá:
- Alguém mais jovem
- Mais bonito(a)
- Mais inteligente
- Mais rico(a)
- Mais (aparentemente) feliz
- Mais saudável
- Com mais likes
- Mais culto(a) ... (pera aí, acho que isso não conta).
Do que você, eu ou qualquer um de nós.
A concorrência é infinita e o tempo é o maior inimigo. Afinal tudo definha, envelhece, cai, adoece e morre.
Dessa forma, o sofrimento das pessoas reflexos é algo não mesurável na medida que, são suas próprias expectativas alimentando a ansiedade que têm. Uma cobra que morde o próprio rabo: deseja menos sofrer e esse desejo gera o sofrimento. Nada será perfeito por mais detalhamento que se imponha em busca do ideal de beleza ou qualidade.
Chama Platão no canto: na mente o ideal se manifesta – e apenas lá! No mundo concreto, das coisas feitas de pano e metal, essa tal percepção humana atrapalha tudo. A imaginação não se duplica como clone germinado. Falha, chove, borra, atrasa e a foto da self ficou fora de foco ainda por cima.
Nem mesmo as lágrimas da decepção tem o espetacular brilho alcançado pelas lentes que só aquele youtuber possui. Sua festa de aniversário foi fantástica, mas, não foi no castelo ao sul da França como a do mago.
Essas redes sociais... que dor! Não há tempo para acompanhar tudo e a miséria alheia jamais aparece nos sorrisos zigomáticos. Preso na aparência o corpo necessita de cuidados que custam monetário e tempo. Não se chega à conclusão óbvia que tempo não é dinheiro: tempo é vida. Gasta-se a vida perdendo tempo em busca de redes de aprisionamento do vento (Pablo Neruda a essa hora?).
Fato é que, a liberdade se limita a quebrar o espelho ou usar antolhos. Isso só vai depender da sua necessidade de aprovação. E antes que me esqueça, essa aprovação nunca é do outro... isso mesmo: é sua mesmo amigo(a).
Eu aprovo sua elevada autoestima que lhe liberta do checking social.
O que realmente importa (sem filosofia, por favor) só você – com os olhos fechados – é capaz de enxergar
Por João Oliveira (Perdi minha pulseirinha no banheiro, desculpe)