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quinta-feira, 24 de março de 2016

NÃO SEI SE ME FAÇO ENTENDER




Por João Oliveira 

Haja vontade de agir e mudar! Diante de tanta dificuldade não me mudo, e fico mudo aqui sentando sobre a mesa questionando sobre a vida e pensando em comer uma sobremesa antes do almoço. Uma vez quase comprei uma grande serra, sonho de grandeza, serrar ao meio a Serra de Teresópolis, mas, tenho de ser franco, não iria subir tão alto só para melhorar minha autoestima então, é melhor cerrar essa janela que dá de frente para o cerrado e não ver o sol poente. Afinal, a mente, mente profundamente para a gente, a não ser que você seja um agente treinado para isso, e isso sim pode mudar tudo de fato. Claro, caso você tenha provas físicas que fez as provas e tirou boas notas no treinamento, tenha tudo escrito em notas e tenha pago o curso em notas válidas, reais, de cem reais. 

Nem todo mundo que tem um par, como companhia, está realmente à par disso. Algumas pessoas possuem um forte complexo de inferioridade, coisa que pode atrapalhar se elas atuam em complexos de comunicação. É simples, nem é tão complexo assim. Apenas não force a barra se estiver comigo na Barra e quiser lanchar em uma lancha na lagoa próxima ao Barra Shopping, pois, bem cedo eu cedo, afinal, quando for para bandas de lá tocar com minha banda de rock decerto você irá comigo e tudo dará certo. Deus me livre de não pensar assim: sou uma pessoa livre!

Nunca fui de jogar e talvez por isso tenha perdido aquele dado que você havia me dado. Foi exatamente no dia que sujei a manga da camisa branca chupando manga.  Deveria ter sugado o suco. Mas, como pode ver, estou são e vocês todos não são as melhores pessoas para me dizer algo sobre isso. Hum.... Um momento só: preciso ficar só pois, vou acender um incenso porque quero ascender minha alma à um nível superior que sei que há. Pode acentuar isso nos seus escritos, terei futuro assento ao lado de alguma divindade (essa palavra tem acento?). Afinal, eu tenho apreço pela religiosidade e não preciso me apressar para alcançar uma elevação que não tem preço. Nem fico caçando essas coisas, aliás, se você escreveu isso nos seus papéis eu posso mandar cassar essas palavras.

A vida não é uma cela e esses é um dos motivos que eu sempre monto em uma sela, de um belo cavalo, e sigo em frente em busca de minhas verdades. Posso fazer uma cessão para você, sim posso! Sente-se aqui ao meu lado e vamos dar início a uma sessão de psicoterapia no final eu te dou uma seção, pequena, dos meus ricos predicados. Ouça, enquanto eu conserto nossas vidas alguém, em algum lugar, está tocando um concerto de Mozart. Bem, pregue esse boleto da Taxa municipal na parede ali ao lado, use essa pequena tacha para deixar bem firme onde possamos ver no final do mês. Sinto que esse é o momento de todos apertarmos os cintos, coser as próprias roupas e cozer as próprias refeições. É uma real crise. Bote a calça, calce as botas e as luvas e vamos à luta.

Veja tantas pessoas fazendo serão até tarde no trabalho, eles nunca serão ricos, porém, mesmo assim continuam trabalhando. No atual estado em que estou não poderia assumir funções assim e, como sabemos, isso não é comum aqui no Estado do Rio de Janeiro, parece que aqui as pessoas não gostam muito de trabalhar. Outro dia, estando eu no escritório, mandei um funcionário aplicar cera no assoalho do auditório e ele ficou o dia inteiro fazendo cera. Temos ainda outras situações que comprovam nossas particularidades, como por exemplo, o tratamento especial para pelo do cachorro nas lojinhas de cuidados caninos. Eu, pelo menos, não tenho animais domésticos, contudo, há quem curta isso e, muito diferente disso, existem pessoas que preferem ficar vendo as saias curtas das mulheres com tudo em cima, sem que isso saia da esfera do respeito. Faz parte da cultura! O milho, outra boa situação para ser citada, é responsável por quase 50% da composição de toda cultura vegetal dos EUA. Uma vez, uma composição carregada se soltou, num acidente de trem que estava correndo muito, e o milho que caiu cobriu toda esfera dourada símbolo da cidade de Salzburg. Isso daria até uma composição musical visto tamanha impossibilidade desse fato realmente ocorrer. 

Só tenho certeza de uma coisa: a única constante na vida é a mudança constante na vida!

quarta-feira, 23 de março de 2016

NEGOCIAÇÃO: HABILIDADE EM FOCO


Por João Oliveira



Quando Darwin discorria em sua obra sobre a evolução das espécies deixou claro que são aquelas que melhor se adaptam no ambiente que sobrevivem e que, necessariamente não são as mais fortes. No momento atual, agregar valores e diluir conflitos é um ponto importante em qualquer instituição e, embora isso seja, culturalmente falando, uma atribuição do gestor, também deve ser uma constante na mente de cada colaborador.



Quase sempre estamos dependendo do outro para alcançar nossos objetivos. Por isso, a negociação está presente no dia a dia em todos os ambientes através de situações simples como decidir onde será a reunião dessa semana, ou complexas, onde postos de trabalhos podem ser suprimidos. Assim, estar dialogando com os elementos de uma instituição é um exercício de clarificação da comunicação e assertividade, principalmente no quesito emocional.



Dessa forma saber negociar para obter os melhores resultados possíveis é uma qualidade indispensável para quem desejar alcançar sucesso no ambiente corporativo. John Nash, matemático americano, recebeu um prêmio Nobel graças à sua participação na elaboração na Teoria dos Jogos. Essa teoria, hoje aplicada em quase todos os ramos onde exista interação entre humanos, fala sobre a possiblidade de se obter o melhor resultado possível de forma que todos os participantes envolvidos na disputa obtenham resultados positivos também. Seria como uma troca de concessões, onde todos os lados pudessem sair ganhando.



Todas as organizações de uma maneira geral dependem da cooperação entre os seus colaboradores e outras instituições para obterem resultados positivos no mercado. O processo comunicacional é o elemento fundamental para se estabelecer trabalho conjunto efetivo e o conflito é a quebra de pacto pela produtividade.



No entanto, existem diferentes características de personalidades, diversas estruturas socioculturais de onde se originam os integrantes da estrutura e, isso, vai definir suas atitudes, e a natureza de seus relacionamentos, tipos de acordos possíveis e o compromisso posterior com as decisões formadas. Não se trata de uma regra matemática onde diferentes valores, quando somados repetida vezes, irão apresentar os mesmos resultados. O ser humano é complexo e demanda certa flexibilidade de estratégias quando se deseja o sucesso na negociação.



Podemos elencar três características básicas necessárias para uma boa argumentação durante a negociação: conhecimento, habilidades e atitudes. Não se pode entrar em uma negociação onde o tema é desconhecido ou se têm poucas referências e, negociar também depende de uma certa dose de habilidade conversacional. Por último, é necessária a atitude de querer alterar o processo final. Resumindo: trata-se de uma habilidade que pode ser desenvolvida, pois é importante em qualquer estrutura.



Sempre teremos opiniões divergentes de como solucionar demandas. Um gestor, mesmo tendo autoridade para as intervenções, também deve ouvir outros posicionamentos que podem apresentar criativas soluções ou argumentos convincentes. Reconhecidamente, nos dias atuais, a questão da mobilidade e flexibilidade são imperativas no universo corporativo. Sem a devida atenção, oportunidades podem ser desperdiçadas e interesses contrariados. A necessidade do olhar global, e não só nos próprios interesses, é uma premissa básica para uma competitividade saudável.



O então Ministro do Comércio e Desenvolvimento Internacional da Inglaterra disse certa vez em 2007: “No século XX, a potência de um país era medida pelo que ele poderia destruir. No século XXI, a força deve ser medida pelo que somos capazes de construir juntos”. Para isso a negociação é a ferramenta mais importante: aglutinar valores.



Manter a ética profissional e o respeito aos posicionamentos diversos também é um exercício de empatia: a capacidade de se colocar no lugar do outro. Até mesmo em uma entrevista de recrutamento e seleção, antes de adentrar ao ambiente corporativo, já é avaliada a capacidade do possível futuro colaborador em lidar com conflitos e qual o seu nível de habilidade em negociação.



Na verdade, qualquer diálogo já é um pequeno exercício de negociação. Seja em um momento social ou familiar, longe das decisões profissionais, ter a capacidade de lidar com antagonismos, sem criar dicotomias, limitando-se apenas a dois posicionamentos (certo ou errado) deve alavancar melhores relacionamentos. Sendo assim, aprimorar as táticas de conversação e a capacidade de aceitar o diferente como parte de um procedimento em busca da solução deve ser um caminho para o sucesso na contemporaneidade.



Sabemos que o departamento de RH de qualquer empresa deve funcionar como um coração que bombeia sangue renovado para todo organismo. Ser um desses profissionais requer atenção a fluidez da comunicação entre as partes integrantes de uma estrutura organizacional. Lançar mão de treinamentos e dinâmicas onde partes opostas interagem em busca de recursos para solucionarem tarefas é um bom meio de criar sinergia. Onde existe uma boa sinergia ocorrendo entre os colaboradores existe também a certeza de sucesso à frente.

sábado, 12 de março de 2016

MUNDO JUSTO



Por João Oliveira (Psicólogo  CRP 05/32031) 

Existe nos seres humanos uma constante tentativa de dar ordem ao caos. Essa arrumação do mundo faz parte de uma estratégia do cérebro para lidar com muitas informações ao mesmo tempo de forma que não sobrecarregue o sistema. Assim, nos é mais fácil acreditar que existe uma lógica reinante em nosso universo físico e que sempre teremos um bom resultado se formos éticos e bondosos com todos os outros seres que também habitam o nosso planeta.

Infelizmente isso não é verdade. Pessoas boas podem sofrer perdas, adoecem e morrem. E alguns canalhas vivem bem até o último dia de vida, sem nunca serem incomodados por nenhuma força contrária ao seu bem-estar.  Ou seja, a tal justiça, que deveria prevalecer de fato, não faz parte da realidade.

A falácia do mundo justo sempre foi implantada em nós pelas religiões ocidentais. No universo filosófico, mais presente no oriente, não é tão forte essa necessidade de receber benefícios vindos graciosamente das mãos de seres onipotentes só porque está se agindo corretamente em relação ao seu ambiente social. Ser correto, sério, honesto, ético e agir dentro da moral reinante é o mínimo que se espera de qualquer um de nós e isso não pode ser considerado uma moeda de troca.

Todos nós estamos sujeitos ao acaso e isso tanto pode significar a chamada sorte quanto o temido azar. Não há garantias de uma vida sem dor ou sofrimento para nenhum ser vivo por mais que ele tenha comportamentos louváveis e cheios de boas intenções para com seus semelhantes. 

O interessante é que podemos ter uma expectativa de como pensa e age uma nação inteira baseada, apenas, na conduta de alguns de seus representantes. Assim, ao observarmos os japoneses retirando o lixo no Maracanã deixado pelos brasileiros ao final de algumas partidas da última copa, podemos ter uma ideia de como esse povo se comporta em sua própria nação. Dessa forma, o estereótipo de um país, com milhões de habitantes, está seriamente vinculado à observação do padrão comportamental de apenas algumas dezenas de pessoas.

No Brasil possuímos várias condutas, que estão organicamente inseridas em nossa cultura, que algumas leis são necessárias para impor atitudes éticas e assertivas em relação aos nossos semelhantes. O preconceito é um exemplo de como os seres humanos pensam de uma forma e agem de outra, pois existe em todo o mundo e no Brasil são tantos tipos de preconceito quanto podemos pensar: raça, religião, altura, obesidade, idade, sexualidade, beleza e a lista aumenta se incluirmos classe social, regionalidade, grau cultural e muito mais. A imaginação é o limite.

Importante lembrar que os que pensam estar acima do limiar de contato do pensamento alheio e que nunca serão alvos de preconceito ainda não experimentaram morar fora do Brasil. Existem locais onde os brasileiros geralmente são até bem tratados, mas, somente quando estão travestidos de turistas. Pode-se sentir na pele o peso do preconceito nos países europeus, principalmente os nórdicos, que tratam os residentes estrangeiros da mesma forma que muitos aqui se relacionam com os que consideram de castas inferiores inclusos nas categorias já citadas.

Mas, a roleta russa do preconceito não para por aí. Esses mesmos nórdicos, quando aqui estão, são tratados pelos nativos como vítimas portadoras de câmeras fotográficas na orla de Copacabana. Assim, o ciclo se fecha, preconceituoso um dia e vítima no outro. O mundo é muito estranho mesmo.

O grande problema que enfrentamos de uma maneira geral é a espera de retorno pelas boas atitudes praticadas. Sem querer introduzir nenhum aspecto religioso, apenas pense o seguinte: porque motivo estamos aqui de fato? Será que somos parte de um grande jogo entre o bem e o mal e, se atuarmos corretamente, teremos vantagens que nos colocarão em destaque acima dos que não agem da mesma forma?

Isso até poderia existir se as relações que podem ofertar ou retirar benefícios não fossem administradas por seres humanos e, se a natureza pudesse parar o tempo nos mantendo jovens e saudáveis. Dessa forma, o mundo não é justo. Ele é tão humano quanto os que nele vivem.

Mudar a estrutura de um país para tornar o mundo em que vivemos mais equilibrado depende de ações que muitas vezes podem ir contra a uma composição já assimilada como normal. São atitudes comportamentais já totalmente inseridas como parte da cultura e entendidas como “o jeito de ser” do povo. Não são poucas as pessoas que aceitam a corrupção como algo institucional e que o pagamento de propinas faz parte de um negócio já estabelecido. Pode ser que muitos desses indivíduos se assustem ao ver alguma mudança de cenário e um pensamento ordeiro querendo impor normas que são, pelo menos no papel, legítimas.

Não dá para esperar o mundo (pelo menos o nosso) se ajustar naturalmente. Isso pode levar mais anos do que temos de vida. Nem devemos apenas rezar para que todo o planeta se torne amigável e sereno como gostaríamos que fosse. Torna-se necessário apoiar o respeito pelas leis, dar o exemplo com nossas atitudes e experienciar ser ético apenas porque é assim que devemos ser. Sem esperar as estrelinhas de premiação no final da aula.

O mundo que pode ser justo começa com um único sujeito justo. Cada um de nós fazendo a sua parte nas mínimas coisas, mesmo quando não há ninguém observando. Da autonomia individual nasce o respeito ao próximo dentro da soberania nacional. Muda não só o personagem, mas, a imagem de toda uma nação.