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domingo, 6 de novembro de 2011

Estou Somatizando?



Existe uma lenda urbana onde a voz comum fala que uma dor psicossomática não existe:
 “- Isso não é físico, é coisa da sua cabeça!”

Como podemos saber se é ou não psicossomático?

Sinto muito, não tenho como responder esta pergunta por que, poucas são as doenças que não tem fundo psicossomático. Muitos estudiosos já comprovaram que somente três modalidades das doenças não são de origem psicossomática:

1)      Congênitas: nasceu com – uma má formação ou deformação em algum órgão ou estrutura muscular deu origem ao problema que afeta o metabolismo.
2)      Efeito Ambiental: Aqui se enquadram uma grande variedade de causas – ecossistema, impacto mecânico, radiação, vírus potente – qualquer coisa externa que tenha ação direta e física com o sujeito e possa causar um dano.
3)      Genética: estrutural – uma mutação herdada, uma herança no código que pode (ou não) afetar o comportamento celular e, com isso causar o dano. Hoje sabemos que nem sempre o histórico genético é uma condenação, e sim uma possibilidade.

Voltando ao tema central. Então como se dá este processo de somatização em nosso organismo?

Os alvos primários, mais comuns são:

Pele – irritação, alergias, coceiras, vermelhidão e etc
Estômago – O aparelho digestivo é sempre uma vítima perfeita com má digestão, enjôos, vômitos, azia e etc.
Intestino – Acho que dispensa maiores explicações, pois todo mundo já teve uma diarréia de nervosismo – não é?
Garganta – Irritação, tosse, dificuldade para respirar, dor e inflamação.

Lógico que tem mais. Eu, você e a pessoa que está ao seu lado possui no corpo (agora mesmo) uma variedade incrível de bactérias e vírus prontos para agir esperando uma oportunidade. Então, por um motivo ou outro a pessoa se aborrece, entra em um estado alterado de consciência e a pressão psicológica suprimida mexe com o sistema imunológico. Palco perfeito para uma gripe, por exemplo, uma alteração de pressão, ou mesmo aquela terrível dor de cabeça que não tem explicação e te acompanha já à muitos anos.

Somatizar não significa que não existe. Nem puxe a histeria para essa conversa, vai dar no mesmo. Outro dia pude ouvir uma explicação tão especial sobre as doenças autoimunes que gostaria de dividir com todos vocês. O problema é que, antes de mais nada, é necessário acreditar que, se a mente pode produzir algo ruim é bem provável que ela também tenha a capacidade de reverter.

Apostando nisso, nesta capacidade de reversão das centenas de doenças e sintomas alavancados pela estrutura psicológica do sujeito, é que todos os dias psicólogos estão estudando, cuidadosamente, os efeitos das emoções no organismo humano.

Por isso, jamais diminua o sofrimento de alguém alegando que é psicossomático. Pode ser, e se for, o sofrimento é real, doloroso e, inclusive, pode levar a pessoa a uma condição irreversível. Doença é doença, não importa a origem e sim como vamos lidar com isso.

Um último alerta vai para os que acham que remédios não têm utilidade em doenças psicossomáticas. Claro que têm! Tanto os medicamentos, quanto qualquer tratamento, mais depende da motivação de se curar do que da química ou da abordagem psicológica.

Só sabemos, até agora, que estamos avançando, mas ainda há muito que se caminhar no sentido de entender os mecanismos de sofrimento, dor e prazer.

Existe muito mais entre o corpo e a mente do que pode comprovar a ciência em nossos dias.

Um comentário:

Edinaldo Oliveira disse...

Muito bom o texto...