Lembra da história do sapo que estava preso em um buraco com outros dois amigos sapos e começou a dar pulos bem altos para tentar sair do buraco enquanto todos os outros sapos que estavam do lado de fora diziam para ele desistir porque não ia conseguir mesmo? Então, como o sapo era surdo e não ouviu o que os outros diziam ele conseguiu acreditar em si mesmo e dar um pulo bem alto e saiu do buraco.
O nosso sistema de crenças se dá na relação com os outros e como nos importamos e nos impactamos com o que os outros fazem conosco ou aquilo que nos dizem, bem como as mais diversas situações da vida. Dessa forma, uma pessoa que sofreu um trauma, passou por uma situação de humilhação ou simplesmente foi rejeitada por alguém, pode vir a acreditar que tem algo errado com ela, que não é merecedora de algo ou, ainda que o sofrimento é algo comum e que é normal ficar sofrendo por algo que aconteceu, uma vez que não foi ela que escolheu passar por aquilo.
Se é verdade que não podemos escolher e controlar todas as situações que vivenciamos e como as pessoas nos tratam, também é verdade que podemos gerenciar a forma como respondemos a isso tudo, ou seja, não precisamos ser escravos da situação ou de uma crença que limita o nosso crescimento e exercício da liberdade.
Mas, afinal, o que são crenças limitantes? Todos nós temos pensamentos todos os dias. Alguns são superficiais e outros mais profundos. Quando algo é muito forte do ponto de vista emocional, a tendência é que seja criada uma crença, ou seja, um valor para algo que vivenciamos. Associamos ideias e emoções, que geram determinadas formas de agir. Quando nos sentimos incomodados com algo ou um sentimento de raiva, tristeza ou medo surge, é porque existe um valor, uma crença que impulsiona para uma ação.
Dessa forma, as crenças limitantes são aquelas que estão na base das ações que levam alguém a agir de uma forma disfuncional, isto é, indo na direção contrária da sua liberdade de ser feliz e de construir sua ação de acordo com seus sonhos e desejos.
Imagine a seguinte situação: um rapaz sempre ouviu de sua família e amigos que era feio, gordo e que ninguém gostava dele. De tanto ouvir, acabou acreditando nisso, pois as pessoas que deveriam cuidar dele e amá-lo, apenas falavam coisas ruins para ele. Hoje ele tem dificuldade de se relacionar com pessoas e não namora, porque diante das mais diferentes situações ele diz para si mesmo: “Eu sou feio e gordo, ninguém vai gostar de mim”.
Ele não pôde controlar a situação no passado, mas pode fazer algo diferente hoje, criando novas alternativas para se enxergar de uma forma diferente, buscando perceber suas qualidades, suas realizações e se valorizando, quebrando o padrão de crença limitante.
Alguns exercícios para ajudar a construir crenças libertadoras e funcionais:
• Liste suas principais realizações e conquistas.
• Liste os pensamentos que surgem na sua mente quando você está enfrentando um problema.
• Liste os pensamentos construtivos que você gostaria que surgissem em sua mente em situações difíceis. Repita essas frases para si mesmo quantas vezes forem preciso, em diferentes situações.
• Avalie: que mentiras você tem falado para você mesmo a seu respeito?
• Construa uma lista de verdades sobre você e suas qualidades.
• Liste cinco coisas simples e fáceis que você pode começar a fazer hoje para ser mais feliz e comece a colocar em prática.
• Eleja uma atitude ou ação positiva e poderosa para colocar em prática durante a próxima semana, independente do que ocorra e anote os resultados.
Construa sua liberdade e pare de repetir para você mesmo o que não é verdade a seu respeito. Como diz J. P. Sartre: “O importante não é o que fizeram de nós, mas o que fazemos com o que fizeram de nós”. Assuma o comando da sua vida!
Caso sinta muita dificuldade em implementar essas mudanças em sua vida, busque auxílio profissional. Um terapeuta, psicólogo pode lhe ser bastante útil.
Uma outra dica é baixar o aplicativo: CASA DOS 7 SABERES. Esse aplicativo têm muitos áudios e vídeos que seguem essa linha de apoio para quem deseja reais mudanças em sua vida.
Por Profa. Dra. Beatriz Acampora