Endereços:
domingo, 21 de setembro de 2008
Victor Flávio em O Globo
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
NUM UNIVERSO ALTERNATIVO
Desta forma vivia o príncipe, acreditando em tudo no mundo menos na inexistência dessas coisas: Princesas, Ilhas e Deus.
Um dia, ao passear além da fronteira do seu reino, o príncipe se viu na beira de uma grande aglomeração de água, um mar. Desceu de seu belo cavalo e pode observar que, no meio de tanta água, havia formações rochosas que estavam acima da linha do horizonte e, estranhamente, podia se ver algumas criaturas humanas saltitantes, com vestes semitransparentes que iam de uma lado para o outro nas tais formações acima da água.
Essa visão surpreendente mexeu, de forma intensa, com o príncipe, que percebeu uma mudança no seu estado emocional. Olhando um pouco além na praia ele viu, a poucos mais de cem metros, um homem parado na beira mar. Era um senhor de barbas longas, chapéu pontudo, roupão longo de cor púrpura que chegava até o chão, numa mão uma varinha com uma estrela na ponta, na outra um báculo onde se apoiava. O Príncipe foi se aproximando e percebeu que a roupa desde senhor era recheada de símbolos zodiacais e seu olhar profundo, transpirava sabedoria.
- Me desculpe senhor, mas o que são aquelas coisas lá fora que estão acima do nível da água? –Perguntou o jovem aflito.
- São ilhas meu filho, não vê com seus olhos? – respondeu calmamente o senhor de barbas brancas.
- Alguma coisa deve estar errada, ilhas não existem, meu pai, o Rei, assim me ensinou.
- Sinto por você, meu filho, que alguém lhe ensinasse algo errado. Veja por você mesmo, o que são ilhas, senão um monte de terra cercada de água por todos os lados? Não é isso que vê?
- Sim, é verdade – disse ainda em dúvida o príncipe- E o que são aquelas formas humanas que parecem bailar com roupas transparentes nessa tal ilha, elas me deixaram um tanto nervoso e não sei bem o porque disso.
- Bem meu jovem, são princesas! - afirmou o velho.
- Mas isso é impossível – assustado o príncipe- princesas não existem, bem disse meu pai!
- Deixe de bobagens – sorriu o velho – são princesas, estão seminuas, e isso mexe com você, que já está na idade de se casar!
O príncipe, ágil em seu pensamento, fez uma rápida ligação:
- Ilhas... princesas ... então, então... o senhor deve ser DEUS!- exclamou!
- Sim, sou!
Isso deixou o príncipe bastante animado e, num estado de euforia subiu no cavalo, atravessou a fronteira de volta ao seu reino, passou pela ponte num rápido galope, subiu correndo as escadas e se jogou aos pés do seu pai.
- Pai ! Pai! Não vai acreditar no que me aconteceu hoje! Vi ilhas, conheci princesas e conversei com Deus!
O Rei, de forma calma e compassada lhe respondeu:
- Como isso é possível filho? Essas coisas não existem!
- Claro que existem senhor meu pai! Escute, vi as ilhas tão perto que quase pude tocar com minhas mãos. Conheci várias princesas e senti o cheiro delas, acho até que por uma me apaixonei. Com Deus, ah... meu pai, com Deus conversei longamente, sinto até uma certa intimidade.
-Deixe de bobagens... me diga lá, esse tal Deus tinha barbas longas, um olhar penetrante, chapéu pontudo, roupa cheia de símbolos estranhos, vara de condão com uma estrela na ponta numa mão e se apoiava num báculo na outra?
-Sim – disse o príncipe assustado – Era assim mesmo...
- Meu filho... meu filho, fostes enganado por um mago... um mago que criou uma ilusão dessas coisas inexistentes... um mago mentiroso que lhe enganou meu filho! Vá lá e desmascare esse mago! – Gritou finalmente o Rei.
O príncipe subiu no cavalo, saiu em disparada, atravessou a fronteira, chegou à praia, desceu de forma violenta e correu em direção ao velho apoiado no báculo.
- O senhor é um mentiroso! – gritou com o velho.
- Como assim? O que fiz? – respondeu surpreso.
- O senhor me disse que era Deus, mas na verdade é um mago capaz de criar ilusões!
- Alto lá! Você me reconheceu, e como não minto nunca, não pude esconder minha real identidade! Sim, sou Deus!
O príncipe, diante de tal afirmação, ficou atordoado mas continuou.
- Bom, mas o senhor mentiu criando a ilusão de ilhas e princesas.
- Meu filho, realmente existe um mago que cria ilusões nessa estória, esse mago é seu pai. Veja, ele criou um mundo para você sem ilhas para que você não se aventurasse em busca de terras distantes, disse que não existiam princesas para que você não se casasse e saísse do seu convívio e, por último, ocultou a minha existência para que você não tivesse esperança, porque em mim residem todas as esperanças do mundo.
Dito isso, o príncipe boquiaberto, pergunta de forma pasma:
-Mas, o que devo fazer agora? – perguntou.
- Vá lá e desmascare o mago que é seu pai!
Subiu no cavalo, atravessou a fronteira, chegou ao palácio, subiu as escadas, se jogou aos pés de seu pai.
- Pai ! pai! – gritava - Me diga a verdade pelo menos uma vez na vida, és um mago?
O pai, vendo-se acuado naquele derradeiro momento, mete a mão na base do pescoço e arranca uma máscara que ocultava sua verdadeira face.
- Sim, sou! Sinto muito meu filho!
- Como pôde fazer isso comigo! –chorava o príncipe.
Neste momento, o reino se transformou. O rei passou a ser um velho aldeão, o castelo, uma pequena casa na beira de um abismo, não existia reino, era apenas uma pequena aldeia. Não existia príncipe, era apenas um jovem mal vestido.
- O que é isso meu pai? – assustado perguntava o jovem – O que fez com minha vida? Por que me criou assim, dentro desta ilusão?
- Bem meu filho – disse o velho aldeão – Eu ocultei de você a existência de ilhas para que não se aventurasse pelos mares, você poderia naufragar, morrer, e eu sofreria com isso. Não lhe contei sobre as princesas porque você poderia se apaixonar... você sabe o que é a dor de um amor não correspondido? Eu não poderia viver vendo o seu sofrimento, por isso lhe poupei desta angústia. E, sobre Deus, bem meu filho, as pessoas vivem rezando, ajoelhadas, pedindo algo ao invisível, criando falsas esperanças para si mesmas... eu não poderia ver você assim, por isso não lhe falei sobre Deus. Entende filho? Tudo que fiz foi por amor a você.
O filho, totalmente desorientado, sai em direção ao abismo próximo ao casebre onde viviam, de pé, na beira da montanha, ele abre os braços e balança o corpo dando a entender que irá se jogar.
-Não meu pai! – disse em sofrimento- Não posso viver com isso, vou me suicidar. Darei fim a minha vida, pois não terei forças para suportar essa realidade que me apresenta.
O pai, mago que era, faz um gesto, e a morte aparece, fisicamente, saindo do abismo. A morte, para quem não sabe, tem cheiro. A morte exala calor, ela trás consigo, quando se apresenta diante de nós, apelos emocionais que só saberemos como são em verdade, quando o nosso momento chegar, enfim. Neste instante uma vida inteira se passou na cabeça do pobre rapaz. E, mesmo sabendo que era uma ilusão, disse:
- Pare pai! Pare! Acho... acho... que posso conviver com isso.
O pai, de cabeça baixa, faz silêncio durantes alguns instantes e diz:
- Que bom meu filho – falou o velho fazendo a ilusão da morte desaparecer – Então, - continuou ele- a partir de agora, você também se torna um mago!
A pergunta, para quem chegou até aqui, é: que personagem você é neste texto?
Você é o pai, que tudo esconde e cria falsas realidades para os que te cercam? Você o Deus da história que tudo revela mesmo que cause desconforto as pessoas? Ou você está vivendo no modo da ilusão, onde a realidade é visto por você através de um vidro embaçado?
Tente se encontrar. Ainda há tempo de se tornar um mago e fazer as mudanças necessárias em sua própria realidade.
terça-feira, 16 de setembro de 2008
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
Inauguração da Togo de Barros
domingo, 14 de setembro de 2008
sábado, 13 de setembro de 2008
A APATIA
Primeiro Ato:Imagine então uma gaiola, tendo seu compartimento interno divido em dois por uma parede de tela, com uma pequena porta no meio, onde, de um lado está a comida e a água, e o outro se encontra vazio. Some-se a isso o seguinte: o fundo da gaiola pode ser eletrificado por um comando do pesquisador.
Essa gaiola nos acompanhará durante todo o experimento, por isso procure entender o seu significado no nosso contexto atual, porque isso eu não irei explicar.
Um rato é colocado na gaiola. Ele passeia, entra e sai de um lado para o outro, mas, preferencialmente, está sempre mais próximo à comida e à água. Em dado instante um alarme é soado, o rato, que não sabe o que vem em seguida, não se impressiona muito, até que o choque elétrico é disparado pelo pesquisador. O rato pula, corre, vai de um lado para o outro até que descobre que, se for para o outro lado da gaiola, passando pela porta aberta, ele estará a salvo da agonia. Só metade da gaiola está eletrificada, justamente onde estão a comida e a água.
Passa o tempo e o rato se aventura, movido pela fome e sede, a voltar para o outro lado da gaiola. Volta. Nada acontece, ele saboreia a comida, até que em dado momento, toca o alarme e tudo se repete. Tantas são as vezes que ao tocar o alarme o rato não espera o choque, ele corre antes que a grade seja eletrificada e fica a salvo do outro lado. Espera um bom tempo e volta para o lado onde está a comida, e este ciclo dura uma semana. Até que o rato é sacrificado, pelo bem da ciência, e seus órgãos internos são analisados.
É observado que o coração está um pouco inchado, resultado provável do estresse que foi submetido, os níveis de substâncias comuns aos estressados humanos também aparecem além da cota da normalidade de um rato daquela idade e peso. Era de se esperar, nessa curta vida de corre para lá e para cá.
Segundo ato: Tudo igual, com uma exceção, a porta do meio está fechada. O rato não tem para onde ir. E agora?
Depois de muito tempo, correndo de um lado para outro, sem achar uma saída, o rato simplesmente desiste. Fica num canto, quieto. Quando soa o alarme, avisando que o choque está por vir, ele se agarra nas grades do fundo da gaiola, e agüenta, silencioso, durante todo o tempo que durar o evento. Está instalada a apatia.
Uma semana se passa. O rato é morto e se descobre que por dentro ele está destruído. O coração mais parece uma pequena bola, tudo está alterado, os níveis de substâncias nocivas em seu sangue estão altíssimos. Ele iria morrer mesmo, em pouco tempo.
Terceiro Ato: Dois ratos são colocados na gaiola, a porta que poderia ser a escapatória para o choque certeiro está igualmente fechada. Soa o alarme, vem o choque, mas os ratos não tem para onde fugir.
O que ocorre depois que algum tempo se passa desta rotina é surpreendente, só mesmo o experimento científico poderia demonstrar, não acredito que nenhum de nós poderia imaginar o comportamento que estes dois pequenos roedores teriam.
Quando toca o alarme, já sabendo que o choque viria em segundos, os dois se atracam, os dois lutam entre si, como dois monstros selvagens eles trocam dentadas, unhadas, rolam atracados, com os rabos enrolados como cobras sobre seus corpos. Quando o choque pára, eles se separam,e dividem o espaço da gaiola sem maiores problemas.
Assim se passa uma semana.
São sacrificados. Quando a análise é feita em seus restos mortais, uma descoberta interessante é feita: seus órgãos internos estão em melhor estado que o do primeiro rato.
Não quero com isso, de forma alguma garanto, incentivar a violência como forma de diminuir o estresse cotidiano, afinal os ratos não tem a capacidade de ressignificar.
Mas penso, sobre o segundo rato, o que quieto ficava em seu canto, agüentando tudo calado. Minha lente não está bem limpa, a distorção pode estar atrapalhando a minha interpretação dos fatos, mas, isso não se parece um pouco com o comportamento do nosso povo brasileiro?
Breve teremos eleições, deve ter uma porta aberta nessa gaiola, só nos falta enxergar onde ela está.
João Oliveira - Psicólogo CRP 05/32031
sexta-feira, 12 de setembro de 2008
Creche em São Sebastião
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
Navegar é Preciso
O prefeito de Campos, Dr. Alexandre Mocaiber, ineugurou ontem, dia 10 de setembro, um núcleo do projeto Navegar é Preciso, na comunidade Oswaldo Gregório (Chatuba). Trata-se do acesso a internet banda larga para os moradores do local.
35T4 NO554 C4B3Ç4 !!!!
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
terça-feira, 9 de setembro de 2008
Dr. Áureo Araújo
Proprietário de uma Clínica Odontologia onde só se trabalha com Hipnose, o Dr. Áureo é formado na mesma turma de hipnose clínica que eu e Beatriz. Estamos na briga para ver quem vai ser o herdeiro do legado do Dr. Paulo Paixão (coisa que vai demorar mais uns 50 anos.
Bom companheiro e excelente profissional este é o Dr. Áureo Araújo!
Dra. Clystine Abram
Dra. Clystine é a principal personagem da história da hipnose no Rio de Janeiro. Presidente do Instituto Brasileiro de Hipnose Aplicada que é responsável pela formação da nova geração de hipnólogos clínicos por todo o Brasil.
Fui aluno de uma das primeiras turmas no Pinel e hoje sou didata do IBHA.
Este foi um dos melhoes eventos promovidos pela instituição.
Dr. Paulo Paixão
O grande Mestre de Hipnose, divulgador da Letargia, Dr. Paulo Paixão, hoje com 81 anos de idade, mais da metade dedicado a hipnose.
Dr. Paulo Paixão é uma referência mundial em hipnose.