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sábado, 17 de fevereiro de 2018

DEMOCRACIA VERSUS PRODUÇÃO





Por Prof. Dr. João Oliveira


O principio básico da democracia é que todos têm os mesmos direitos e, solicitada a decisão da maioria, o rumo deve ser alterado. Isto, realmente, é válido e funciona em uma instituição onde a produção é foco principal?

Exemplificando: Uma tribo indígena estava sofrendo de um grande mal, uma doença que atingia as crianças e, em poucos dias, elas morriam com horrendas pústulas por todo o corpo. Um médico da cidade foi chamado por uma das mães, preocupada com o destino do seu filho: ele ainda não havia demonstrado nenhum sinal da doença, mas era previsível que, em algum tempo, pudesse manifestar a mesma fatalidade.

O médico, após um curto exame dos doentes, descobriu como imunizar todas as crianças que ainda não haviam manifestado os sintomas: uma vacina! Imediatamente ele mobiliza as mulheres da aldeia para que tragam seus filhos, pois o material para ser aplicado já estava em suas mãos.

Para a surpresa de todos, o pajé se manifesta contrário e argumenta, com sua autoridade mística, que todas as pessoas que fossem furadas na pele pelo homem branco não seriam aceitas no reino pós vida e ficariam vagando, como almas perdidas, pela floresta, sem rumo ou amparo, na chuva e no sol por toda a eternidade. Já aqueles que mantivessem sua fé nos trabalhos religiosos poderiam ser beneficiados com a cura do filho. Dito isto, o pavor tomou conta de todos que se afastaram do médico. No entanto, uma ou duas mães gostariam de vacinar seus filhos mesmo assim. O que fazer então?

Líder da tribo, o cacique, chamou todos ao centro da aldeia para uma votação direta: os que desejassem vacinar seus filhos deveriam ir para o lado direito da praça central e os que fossem contra tal ato para o esquerdo. Foi uma esmagadora vitória contra a vacina e o médico teve de se afastar sem aplicar uma só dose. Aquela geração foi toda perdida, nenhuma criança escapou da morte e, em apenas três meses, as mães lamentavam não terem se posicionado contra o pajé.

Houve uma votação, ganhou a maioria! Então, isto é exercício pleno da democracia para o melhor desempenho do grupo. Mas o resultado não foi o melhor possível. Onde está o erro?

No nível de informação e distribuição de responsabilidades.

Não se pode querer que todos de uma empresa tenham voz ativa no direcionamento da instituição como um todo. Pois, possuem diferentes formações com conhecimentos restritos a uma parcela da estrutura onde estão inseridos. Para decisões complexas, de ordem global, é necessário que o grupo seja uniforme em conteúdo ou um profissional especializado em gestão, que reúna as características do pajé, seja capaz de direcionar a todos com seu carisma e autoridade, o que também não é garantia do melhor resultado.

Errado é tentar desfazer a crença na democracia. Porém, ela só funciona bem quando todos estão em consonância com as diretrizes da empresa e munidos de toda a informação possível, não só da própria instituição, como também do mercado coorporativo. Ouvir os colaboradores e analisar suas ideias pode economizar muitas etapas no crescimento, mas, em alguns momentos, o que a maioria quer pode acabar sendo ruim para todos. Desta forma, pode ser um erro querer implantar uma atitude de relacionamento político seguindo a máxima de transparência nas resoluções.

Claro que a rigidez vertical também é falha, e causa prejuízos quando encontra resistência nas bases onde realmente ocorre a produção, distribuição e (pior) relacionamento com os clientes. O sistema mais funcional é o multigerenciamento por células, ou seja: iguais se resolvem em seus núcleos. Uma instituição orgânica, que permite flexibilidade operacional, tende a dar respostas mais rápidas ao mercado, com menor esforço gerencial. No caso da aldeia do exemplo dado, pelo menos alguns dos curumins seriam salvos da morte certa e parte daquela geração seria preservada. Isto, se a aldeia fosse divida em células autogerenciáveis.

Simples e descomplicado: os grupos de trabalho se tornam responsáveis pelo processo de gerenciamento da linha de produção, de um bem ou serviço. São eles os senhores que ditam o direcionamento em busca das melhores oportunidades de clientes internos ou externos, fazendo as devidas correções de rumo com a possibilidade de alteração de rota quando necessário for.

Com certeza os manuais de conduta ética desaprovam qualquer pensamento que vai contra o valor democrático. Isto por que, provavelmente, estes valores não foram escritos por gestores e, sim, por ideólogos sem experiência prática nos meios de produção moderna. Na verdade, é uma questão de adaptação ao mercado e à velocidade em que isto deve ocorrer para poder dar certo e gerar retorno suficiente à instituição.

Pode ser que, hoje, o gestor maior esteja em uma posição onde o campo de visão não permite ver o vale completo, mas se persistir na escalada poderá, em algum momento, olhar além dos verdes campos onde, nem sempre, existe um arco-íris. Por isto, o melhor que pode fazer é distribuir binóculos, ao invés de microscópios aos seus colaboradores.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

COMUNICAÇÃO CONFIRMADA!





Por. Prof. Dr. João Oliveira

Sabemos que, no momento atual, o e-mail corporativo passou a ser elemento crucial na comunicação entre o RH e os colaboradores da empresa. Onde foi parar o antigo memorando? Texto escrito em papel que vinha acompanhada de um livro de registros: “Por favor, assine aqui confirmando o recebimento!” (lembra disto?). Isto é passado, acabou! Hoje, deve figurar como peça de museu e, tenho certeza, que a maioria das pessoas que estão lendo este texto jamais recebeu um comunicado na empresa deste jeito.

Então, viva a modernidade! Basta um clique e todos os funcionários que estão no mail list serão informados da reunião na sexta às 10h00!

Infelizmente, não funciona assim. Muitas pessoas faltarão à reunião e as desculpas mais usadas serão as seguintes:

1) “Não recebi seu e-mail”.

2) “Você mandou para meu endereço certo? Então, deve ter ido para a caixa de spam”.

3) “Tem quinze dias que não abro meu e-mail, estou sem tempo”.

4) “Ah... é verdade, tinha mesmo um e-mail seu, mas, não li. Desculpa. Era importante?”

Claro que, em sua mente, já surgiu uma solução: o e-mail com confirmação de leitura. Ou seja, se o colaborador abriu o e-mail o sistema lhe informa, automaticamente, que ele leu e, então, está tudo certo pelo menos para este personagem. Engano. Existe uma desculpa fenomenal para sair desta armadilha cibernética:

5) “Li sim, mas não entendi do que se tratava. Era uma reunião... numa sexta, sei lá, algo por aí”.

Apresentar a dificuldade sem uma proposta de solução não é algo produtivo e que se espera de um bom colaborador, por isto, vamos enumerar alguns truques para fazer valer o seu e-mail como comunicado oficial e, inclusive, com valor jurídico, caso seja necessário no futuro.

Em primeiro lugar, nunca apague os e-mails. Crie uma pasta separada do programa que utiliza para arquivar tanto os enviados como recebidos. Lógico que estamos falando do e-mail que é usado para os comunicados da empresa. Acostume-se a fazer promoções por meio deste endereço eletrônico: uma coisa que todo mundo gosta é ter desconto em alguma negociação. Se sua empresa tem um número expressivo de funcionários torna mais fácil a tarefa de negociar, com alguns prestadores de serviço ou fornecedores, descontos progressivos, especialmente, para seu grupo em datas específicas. Imagine que ao perceber que chegou um e-mail do RH surja um sorriso no rosto do colaborador, pois pode ser uma excelente oportunidade de economizar dinheiro, graças ao programa de desconto com parceiros desenvolvido pelo setor. Desta forma o e-mail passa a ser desejado e, mesmo aqueles que não são simpatizantes desta tecnologia, logo irão aderir, vendo seus e-mails todos os dias, incentivados pelos colegas.

Passo um resolvido: eles vão abrir os e-mails!

Como ter certeza que o comunicado importante foi realmente entendido por quem recebeu (e leu) o texto enviado? Tendo criado o hábito de verificação da caixa de entrada, agora, resta “amarrar” o e-mail de forma que o colaborador não possa usar a última desculpa: “- Li, mas não entendi”.

Isto pode ser feito inserindo perguntas que devem ser respondidas para dar prosseguimento ao processo. Ao final do comunicado, um questionamento deve ser colocado para que o leitor se sinta participativo e na obrigação de dar uma resposta:

1) Perguntar sobre preferências no coffe break que será servido na reunião.

2) Questionar sobre inserção de pauta. Deixando dois ou três itens em aberto para que seja dada a sugestão.

3) Solicitar informações complementares a respeito de algum item da pauta.

4) Solicitar sugestão de data para a próxima reunião.

Assim, com perguntas simples, o funcionário, ao responder, assina um termo de compreensão do texto restante. Trata-se de uma confirmação de recebimento, entendimento e aceitação do conteúdo da missiva eletrônica.

Algumas empresas de T.I. trabalham buscando soluções por intermédio de programação. Softwares de comunicação cada vez mais poderosos e com sistemas de confirmação. No entanto, nada é melhor do que usar a própria pessoa como ferramenta para operacionalizar a solução. A inserção do sujeito, antes passivo, na posição de receptor improvável, agora figurando como elemento transmissor interativo e necessário, pode fazer toda a diferença entre o acerto e o erro na comunicação.

Óbvio que isto requer investimento de tempo e energia para dar certo. Justamente por isto o operador do sistema, quem envia as comunicações e gere o processo, é gratificado mensalmente com sua remuneração. Se ganha, é para fazer dar certo e não para piorar ou manter um baixo resultado. Mesmo o que está absolutamente perfeito pode ser melhorado!

Uma empresa sem comunicação interna eficiente perde para ela mesma no mercado. Unir a equipe e transformar ânimos com treinamentos, atividades lúdicas, reuniões de equipes, espaços de convivência, coleta de sugestões e tudo mais que uma mente inventiva pode criar irá construir um corpo sólido unificado em prol da saúde da instituição. Mas, os colaboradores precisam saber que isto está ocorrendo.

RH E A COMUNICAÇÃO


Por Prof. Dr. João Oliveira

A comunicação é um recurso poderoso na área de RH. Precisamos estar atentos a tudo o que o outro quer nos revelar com sua fala, com seu gestual e com sua linguagem corporal. Uma boa comunicação nos permite avançar em todas as áreas de RH.

No processo seletivo, precisamos ser claros quanto ao que esperar do candidato, quais as competências serão avaliadas e como essa avaliação ocorrerá. A própria equipe que organiza o processo seletivo deve estar bem entrosada, com uma comunicação adequada, para que todas as informações necessárias acerca das características da vaga disponível e do candidato a preenchê-la circulem claramente entre o setor de RH (staff) e a gerência (linha).

Uma boa comunicação também deve ser considerada nas técnicas de seleção: provas de conhecimento (oral e escrita), aplicação de testes psicológicos, simulação - dinâmicas de grupo, entrevista(s). Quando o selecionador é claro e oferece a oportunidade de feedback, a tendência é que o(s) candidato(s) fique(m) mais à vontade e participe(m) ativamente do processo seletivo.

No treinamento e desenvolvimento de pessoal, na avaliação de desempenho e em todos os aspectos que envolvem a área de RH, a comunicação deve ser valorizada. Isso porque o modo como as empresas vêm lidando com seus colaboradores incentiva a participação e a interatividade com o processo organizacional como um todo, apreendendo as pessoas como as verdadeiras promotoras do crescimento pessoal e organizacional.

Se antes tínhamos empresas altamente burocráticas, com modelos de gestão verticalizados, hoje temos empresas em que as pessoas participam diretamente do desenvolvimento organizacional e têm participações nos lucros, conforme sua produtividade, a comunicação se dá de forma horizontal e transversal, cruzando os mais diversos setores. As novas tecnologias permitiram um grande desenvolvimento da comunicação integrada nas empresas, que não devem utilizar a informação meramente como um recurso para tocar os colaboradores. É preciso uma comunicação efetiva.

Mas, então, qual a diferença entre comunicação e informação? Informação diz respeito aos atos de transmitir uma notícia, de dar instruções, oferecer um ensinamento, uma opinião sobre o procedimento de alguém, um parecer técnico. A comunicação, por sua vez, implica em relação. Nela também está contida a informação, inserida na mensagem que o receptor quer transmitir, contudo, há uma amplitude maior. A comunicação é o processo pelo qual ideias são transmitidas entre pessoas, tornando possível a interação social. Uma campanha de exame médico periódico na organização é um tipo de divulgação, que leva uma determinada informação. Já a construção de um saber, de um novo produto, de avaliações necessárias à organização, depende da participação de todas as partes envolvidas no processo, de feedback.

Nesse aspecto, podemos inserir o tema da comunicação assertiva nas organizações e sua importância para toda a organização e, principalmente, para a área de RH, que deve estar atenta aos modos como as pessoas das mais diversas áreas se comunicam, em prol dos objetivos pessoais e organizacionais, que devem estar afinados.

A comunicação assertiva é o tipo de interação humana que valoriza a troca, o intercâmbio e o feedback entre as pessoas. Ela deve ser afirmativa, positiva, incitar reflexão e ação. A palavra assertiva implica em veracidade, em proposições afirmativas. A assertividade é a arte de utilizar as palavras como promotoras de construção. Ser assertivo é se comunicar de maneira franca, sem provocar constrangimento. É o exercício do feedback constante em que emissor e destinatário são próximos, pois há uma troca constante de papéis.

O grande ponto a ser ressaltado na comunicação assertiva é o modo como a informação é concebida e gerada. Se ela não pode ser transformada, tocada por todos e valorizar a compreensão, contribuição e proatividade, então, ela cumpriu um simples papel: saiu de um ponto e chegou a outro, o que, em alguns casos, é necessário dentro de uma organização. Mas é preciso ressaltar que quem constrói uma determinada informação são as pessoas que estão em determinado processo na organização.

A comunicação assertiva também engloba a atenção, um olhar cuidadoso para as relações construídas e, dessa forma, se pode, verdadeiramente, tocar a todos, evitando os processos de exclusão na organização. Quando duas pessoas saem de casa para trabalhar e apenas recebem informações, sem interação e comunicação com feedback, cada uma delas volta para casa com uma ou algumas informações, mas, quando duas pessoas trocam ideias no ambiente de trabalho, discutem um determinado assunto, refletem, elas voltam para casa com uma troca espetacular que promove saber e crescimento, que tem um impacto direto nas organizações.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

O ELEFANTE E O COELHO

Esta pequena fábula mostra a importância de colocar no papel tudo que se pretende em termos profissionais, mesmo que a relação seja com pessoas amigas

Por Prof. Dr. João Oliveira



O mágico colocou a cartola sobre a mesa, com a boca virada para cima, e gritou: – “Alakazan!”. Um silêncio imperou no auditório, a expectativa era grande, pois o anunciado é que, desta minúscula cartola, sairiam um enorme elefante e um pequeno coelho. Mas, nada ocorreu. O mágico, desolado, pediu desculpas e, sob vaias, deixou o palco.

No camarim, cabisbaixo, ouve uma voz que vem do fundo da cartola:

– “Ei, psit, senhor mágico, está me ouvindo?”

O mágico responde:

- “Quem está falando?”

- “Calma! – diz a voz – Sou eu, o elefante... tudo bem?”

- “Claro que não! – responde o mágico – Vocês me fizeram passar o maior fiasco, o que houve que não saíram da cartola?”

- “Bom, – fala o elefante – o coelho anda meio deprimido, e, sabe como é, eu não ia sair sozinho da cartola, o show não seria completo!

- “O que aconteceu com o coelho? – pergunta o mágico nervoso – Ele está vivo?”

- “É, até está, – diz o elefante – mas muito mal, ele anda meio deprimido, você poderia nos ajudar se comprasse uma televisão 42 polegadas de leds e um desses vídeo games possantes, acho que o coelho iria se animar.”

O mágico comprou a maior TV de leds que encontrou e um vídeo game XBOX 360, com muitos jogos divertidos. Enfiou tudo na cartola.

A noite estava quente, mais de 200 pessoas na plateia, o show estava apenas começando. Todos esperavam a saída triunfal do elefante e do coelho da cartola. O mágico grita a palavra que já conhecemos e, mais uma vez, nada acontece. Grita nervoso novamente: - “Alakazan!”. Desta vez o público não tem paciência, tudo que podia ser atirado ao palco atingiu o mágico: tomates, ovos, pedras e até cadeiras.

No camarim ele se revolta:

- “Por que vocês não saíram da cartola?”


- “Sabe o que acontece, – diz o elefante – o coelho não encontra espaço vital depois que a televisão chegou, ela é muito grande e a cartola pequena. Acho que o senhor deveria comprar uma cartola maior”.


O mágico comprou a cartola maior, transferiu todos os pertences de uma para outra. Agora, tudo parecia certo. O novo show estava pronto. Multidão se acotovelava na porta do teatro. Mais de mil pessoas pagaram ingressos. O espetáculo vai começar.


O grito do mágico assusta as crianças: 



- “ ALAKAZAAAAAAAN!”. Ecoa o silêncio no ambiente – “ALAKAZAAAAAN !” Repete em desespero. E, mais uma vez, nada ocorre. O mágico já estava abaixando a cabeça e se escondendo atrás da capa quando surge a tromba do elefante saindo, timidamente da cartola. Como um periscópio ela se move apontando na direção da plateia para, subitamente, em um movimento rápido recuar, como quem toma um susto, vira em 180 º e sua ponta foca no mágico: 


- “Casa cheia hoje hein?” – fala em tom macio. 



- “Temos mais de mil pessoas hoje no teatro, por favor, saiam da cartola!” 



- “Pois é – diz o elefante – Seria um mau momento para conversamos sobre participação nos lucros?” 



Moral da história: “Dê a mão, e eles lhe arrancarão os braços”! 



O que podemos tirar deste pensamento é que o contrato, termos contratuais, devem ser explícitos e confirmados pelas partes. Mesmo quando começamos uma relação profissional com pessoas com quem mantemos laços espetaculares devemos pensar em colocar, no papel, o que pretendemos no futuro sobre a produção que estar por vir. 



No início tudo pode ser maravilhoso e a situação pode influenciar numa relação participativa harmoniosa. No entanto, o tempo e o resultado do trabalho podem alterar a percepção inicial. Por isso, o papel (contrato) pode nortear as querências futuras. 



Os problemas que surgem durante o desenrolar de uma parceria são mais comuns do que imaginamos e, muitas vezes, o sucesso de uma empresa pode ser prejudicado por má distribuição de deveres e obrigações no início do processo. A questão da retirada de lucros nem é o ponto mais importante nos atritos, mas o que se faz para que o resultado ocorra. 



A parte intelectual do processo, o investimento, a força produtiva e, caso exista, distribuição e venda quase sempre disputam a relevância pelo sucesso. Para que isto não se torne um problema futuro deve-se montar um claro texto onde, todos envolvidos saibam exatamente o que lhes é devido. 



Pode-se, ainda, colocar um item valioso neste texto, o distrato. Onde já devem ficar acordado, pelas partes, motivos para a extinção do vínculo originado do contrato, a condição gatilho para que o processo tenha uma interrupção, caso algo saia errado. Assim não haverá maior desgaste. 



Bom para o coelho que, em nenhum momento, se manifestou para solicitar melhorias em sua relação e que, pelo visto, sempre teve vantagens dentro desta montagem. Pior para quem se achava mágico capaz de controlar, apenas pela palavra, toda situação.


A verdade é que, de elefante, todos nós temos um pouco: sempre querendo mais do universo. 



Ainda bem!

SELEÇÃO E MARKETING PESSOAL

Ilustração Mara Oliveira




Por Prof. Dr.  João Oliveira


A conhecida crise, em diferentes setores, se instalou de tal forma que somente os melhores conseguem se manter no mercado de trabalho tornando a recolocação uma difícil tarefa para indivíduos que só possuem a básica força de trabalho. Hoje, diferentes empresas ofertam acesso a vagas online, o que gera um oceano de currículos disponíveis para os selecionadores e, ao mesmo tempo, uma possibilidade de nivelamento, escolha ou exclusão de pessoas ao nível de “cliques” do mouse. Rapidamente pessoas são descartadas sem que, ao menos, exista uma análise mais aprofundada de suas capacidades.




Se destacar neste universo não é fácil. Passar pela primeira peneira – seleção de currículos – é apenas o primeiro passo na jornada pela vaga pretendida. Ainda existem dinâmicas de grupo, testes e as entrevistas que, para a maioria dos candidatos, é o momento mais difícil a ser enfrentado.


Assim, cada elemento que almeja alcançar um lugar de destaque, ser notado como competente e preparado, deve criar seu próprio marketing pessoal além dos conhecimentos práticos, certificações e experiência exigidas. Saber se comunicar, apresentar ser dotado de uma excelente inteligência emocional são requisitos que, muitas vezes, não constam no perfil exigido para o cargo nem muito menos fazem parte das responsabilidades na execução do mesmo.


Saber não é o suficiente: é necessário ter atitude também.


O início de tudo é alavancar um bom marketing pessoal que engloba um amplo espectro. Desde da aparência física/vestual até a linguagem não verbal exibida. Para isso, podemos listar alguns tópicos básicos para quem deseja realmente desenvolver o seu marketing pessoal:



1 - Desenvolva a autodisciplina: uma regra básica para ter sucesso em qualquer empreendimento é possuir autodisciplina e saber de suas próprias qualidades e deficiências para investir no desenvolvimento pessoal.


2 - Autoestima: sempre em alta e, caso não esteja, procure a melhor forma de cuidar disso, talvez um profissional psicólogo possa ajudar.  


3 - Objetivos claros com metas estabelecidas: sonhar não custa nada, diz o poeta, mas, no mundo real é necessário possuir um mínimo de bom senso e buscar objetivos que sejam tangíveis à sua realidade.

4 – Adaptação: em todos os sentidos. Vale a pena recordar que Darwin nunca disse que a espécie mais forte é a que sobrevive na natureza e sim a que melhor se adapta ao ambiente.


5 – Criatividade: ser criativo e inovador não é o mesmo que lançar moda nem jargões é, de fato, poder desprender a mente dos processos cotidianos e ir além da próxima esquina.


6 - Seja ético: absolutamente em tudo na vida. Seja no ambiente familiar, pessoas, social ou profissional. A ética deve estar incorporada no ser como a própria pele: sem ela é impossível viver em sociedade.


7 – Diga-me com quem andas... : Escolher bem as pessoas com quem tem mais proximidade. Esse é um tema polêmico porque, muitas vezes, são as pessoas que mais gostamos que nos prejudicam na estruturação emocional.


8 - Visível e disponível: quem não é visto não é lembrado. Para o marketing pessoal direto isso é extremamente relevante, mas, é preciso muito cuidado com as redes sociais, por exemplo. Os recrutadores, sempre que possível, olham o perfil de postagens dos candidatos. O comportamento moral, nos dias atuais, é um detalhe importante. Cuidado com o rastro que está deixando em sua história midiática.


9 - Networking: mandar imprimir cartões de visitas com nome, profissão, telefone, e-mail e todas os outros mecanismos de localização não custa caro e pode valer ouro. Conhecimento é poder e uma boa rede de contatos é algo realmente valioso.
Outros cuidados devem ser agregados a esses listados para o bom desenvolvimento do Marketing Pessoal como a construção de um bom currículo. Desde a foto que é exibida (que deve ser neutra, serena tirada em uma situação de boa iluminação) até os itens em destaque como formação e experiência, tudo deve estar colocado de forma clara, sem redundâncias.


Distribuir um único currículo pode não ser o ideal para todas as vagas ofertadas. Tendo em foco as qualificações exigidas para cada cargo, selecione (e tire) o que está em excesso.


A última dica é sobre o comportamento na hora da entrevista. De nada adianta toda uma construção pessoal se na hora mais importante as emoções fogem ao controle. Para isso existe uma simples prática que pode solucionar para sempre esse impacto emocional: treino.


Treine com seu amigos e parentes. Busque na internet as perguntas mais comuns feitas pelos entrevistadores nos processos de seleção. Ter respostas prontas na memória não resolve de todo o problema, mas, ajuda bastante a dar segurança ao candidato. Lembre-se que a sorte sempre está do lado do mais preparado. Então, desejamos um bom preparo! A sorte será consequência.

POSTURA DE VENCEDOR

Ilustração Mara Oliveira



Por Prof. Dr. João Oliveira




Uma das fobias sociais mais conhecida é o medo de falar em público. No universo corporativo esse distúrbio pode significar a diferença entre alcançar o sucesso ou se perder na multidão de colaboradores. Ocorre que, quem evita falar para grupos (grandes ou pequenos) de pessoas perde oportunidades de crescimento na instituição por não colocar suas ideias e projetos para a apreciação de seus pares ou gestores.

A pessoa introvertida, que prefere se afastar do convívio social e das relações com grupos, geralmente possui uma autocobrança exagerada aliada a uma baixa autoestima. Como isso funciona: o indivíduo deseja acertar, mas, teme a frustação por não se julgar competente o bastante.

O resultado disto, de uma forma geral, é a possibilidade desta pessoa apresentar uma voz que transmite insegurança. No entanto, o que a maioria das pessoas não sabe é que alguns ajustes posturais, por exemplo, podem ajudar bastante na aquisição de uma auto confiança e, como consequência, uma melhor desenvoltura não somente na voz, mas, além disso, em toda configuração da linguagem não verbal.

Uma pesquisa feita por psicólogos comportamentalistas alemães sobre o perfil da marcha (forma de andar) de pessoas com tendência à depressão revelou um aspecto curioso relativo a postura ao se locomover. Da mesma forma que a psicóloga de Harward, Amy Cuddy, provou em 2011 que a alteração da linguagem corporal altera a produção hormonal. E o mais recente estudo diz que a maneira como se anda (consciente ou não) interfere diretamente na formação do humor e estado de ânimo de uma pessoa.

Este estudo relevante aponta que o estado de humor afeta o modo de andar de uma pessoa e o contrário, como já foi provado, também é verdade. Michalak J., no artigo Embodiment of Sadness and Depression—Gait Patterns Associated With Dysphoric Mood, apresenta a diferença no modo de andar de pessoas depressivas, em comparação aos que não apresentam tal estado de humor: o movimento dos braços, a oscilação do corpo, os movimentos verticais, postura e velocidade.

A fórmula mais simples é fazer, conforme a pesquisa da Amy Cuddy, as posturas de poder por apenas dois minutos sempre que se estiver diante de um possível desafio, como falar em público. Basta se colocar nas seguintes posturas por dois minutos: a pose do super-homem ou mulher-maravilha com as mãos na cintura; postura do general com as mãos atrás do corpo; e as mãos no alto, entrelaçadas, se encontrando atrás da cabeça. Da mesma forma que a alteração da marcha, essas posturas irão influenciar diretamente em uma rápida mudança no perfil de produção hormonal, gerando mais autoconfiança.

A diferença é percebível, pois os depressivos apresentam menor movimento na oscilação dos braços, maior amplitude na oscilação do corpo, menor amplitude nos movimentos verticais, postura mais inclinada e menor velocidade ao andar. Em um segundo estudo, ainda dentro deste artigo, os pesquisadores induziram estado de tristeza e felicidade e não encontraram alterações significativas na marcha dos voluntários. A alteração do humor foi induzida por meio da audição de peças de músicas tristes e alegres; depois, ao sujeito foi solicitado que caminhasse por um tapete vermelho para a análise da marcha.

Esse estudo revela que pode ser possível, com uma técnica mais apurada, um diagnóstico do estado emocional ou sintomático de uma pessoa na observação do seu modo de caminhar, já que tristeza (estado de humor) e depressão (doença) apresentaram no estudo perfis diferentes na análise dos elementos que compõem a marcha do andar.

Sabemos que uma pessoa que não consegue se expressar de forma eloquente, pode ser tímida e isso pode ser percebido na maneira como se desloca caminhando. Caso ela mude, consciente e forçosamente, sua maneira de caminhar poderá influenciar na alteração da produção endócrina e, com isso, alterar seu estado de humor e ânimo. O resultado disso é uma melhora na desenvoltura social graças a uma alteração da disposição interna.

Bastam apenas dois minutos de preparação com as posturas e um pouco de atenção na forma de caminhar. O resultado pode ser notado imediatamente e, com certeza, as interações sociais irão se tornar mais agradáveis no dia a dia. Atualmente, técnicas como essas, são utilizadas por atores, políticos, advogados e até mesmo executivos de grandes empresas. Psicólogos estão começando a se especializar em uma nova tendência que surge derivada da análise comportamental em conjunto com a auto-hipnose.

A visualização criativa, por exemplo, prática de imaginar uma tarefa futura como realizada com êxito, já era usada na antiga União Soviética pelos atletas de elite e a própria Nádia Comaneci, ginasta romena das barras assimétricas responsável para implantação de mais um digito no placar de notas (antes dela a maior nota alcançada era 9), jamais escondeu a utilização desta técnica durante os treinos que antecederam a provas olímpicas que participou.

Assim, investir um tempo do seu dia em práticas posturais pode ajudar bastante no desenvolvimento pessoal e profissional da mesma forma que manter um pensamento voltado para a prospecção de eventos futuros realizados com sucesso: se imaginar sendo bem-sucedido nas tarefas cotidianas e em seus planos.

domingo, 11 de fevereiro de 2018

SOBRE NOVELAS E ESSA NOVELA




                Está uma polêmica doida aí por conta de uma novela, ou melhor, por conta do enredo de uma novela em que existe uma pessoa hipnotizando outra ou algo assim. Resolvi contribuir com o meu pensamento a respeito.



Nossa, como eu gostava de novelas! Lembro como se fosse hoje quando a Índia Potira caiu morta em cruz por cima do cadáver de seu amor Jerônimo Coragem. Como eu chorei nesse dia em 1971. Depois, fiquei ainda mais comovido quando João Coragem quebrou o diamante em mil pedaços em praça pública. Afinal, foi ele, o diamante, o causador de tamanha tragédia na família.

Acho que fiquei sem dormir várias noites pensando em pegar um pedaço daquele diamante e finalmente poder comprar uma cama só para mim. Na época eu dormia no sofá da sala.

Também acompanhei Pigmaleão 70, um ano antes de Irmãos Coragem, mas dessa eu só gostava mesmo da abertura inovadora com imagens de carros, motos, filmagens externas. Uma grande novidade na época. Não foi uma grande novela para mim, porque não me lembro de nenhum personagem ou enredo, só da abertura.

Mas, (posso te contar um segredo) foi o Beto Rockfeller, na TV TUPI, que mudou a minha vida. Ainda me lembro com clareza da primeira cena do primeiro capítulo: um avião pousando em um aeroporto. FANTÁSTICO! Avião era coisa de outro mundo para uma criança de seis anos de idade.

Sabe, o cara era bom de papo e conseguia tudo que queria na persuasão.  Acho que foi ele que, inconscientemente, me levou para a psicologia e ao doutorado em linguagem não verbal.
Cara! Olha só o que descobri agora? Uma novela em 1968 pode ter moldado o perfil do Prof. Dr. João Oliveira que temos hoje! Não é legal isso?

Por favor, não me chame de bobo ou de metido a intelectual por não assistir novelas atualmente.  São escolhas. Só isso. Se comprometer com uma novela é um contrato sério. Compromisso diário de, pelo menos, seis meses. Muitos casamentos não sobrevivem a isso.

Então, não posso falar nada sobre a novela que está no ar porque não vi nenhum capítulo. Não tenho mais tempo de ver televisão da forma como gostaria. Quando posso dispor de um tempo extra escolho o que vou ver, muitas vezes no Netflix ou no sistema NOW da Net. De fato, na verdade, coloco para gravar os programas que gosto. São humorísticos ou documentários na maioria das vezes. 

Uma coisa posso te dizer com certeza. Eu adorava novelas. Mas, na época eu era pequeno... bem pequeno.


Obs. Nunca recebi tantos e-mails e telefonemas de pessoas interessadas em Hipnose (mesmo sem saber do que se trata). Então, pela primeira vez no mês de fevereiro, temos uma demanda absurda. Obrigado REDE GLOBO por isso.


Ass. Prof. Dr. João Oliveira

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018


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sábado, 18 de novembro de 2017

DIGA-ME COMO ANDAS E TE DIREI O QUE SENTES


Por Prof. Dr. João Oliveira



Algumas coisas são certas em nossas vidas: que tudo muda; que tudo passa e que, um dia, tudo isso irá terminar (pelo menos para nós). Assim, seja qual for o momento em que você estiver vivendo, bom ou ruim, vale a pena pensar nessas três possibilidades. Com certeza irá ajudar a vivenciar melhor o momento, caso ele seja positivo, ou ampliar as esperanças que algo melhor irá surgir, caso você esteja vivenciando um péssimo instante em sua trajetória de vida.

O nosso estado de humor, ou também chamado estado de ânimo, pode ser alterado pela maneira como ressignificamos os fatos ocorridos no dia a dia. Manter uma boa administração emocional é o segredo para ter sucesso em absolutamente tudo na vida. Mas, é muito complicado saber em qual estado de ânimo realmente estamos.

Quando somos “infectados” por alguma emoção que consideramos negativa e ela se instala através da retroalimentação. A mente busca uma justificativa para o que se sente e procura na memória um fato que possa explicar isso. Logo é gerado um acréscimo na emoção, aumentando sua percepção. Quanto mais se pensa e se fala sobre o que sentimos e porque sentimos (sem um processo terapêutico em curso) mais aumenta a dita emoção negativa e isso pode chegar ao ponto de, geralmente, acreditarmos que somos assim e não que estamos assim.

Como podemos então identificar o real estado emocional que estamos vivenciando, em determinado momento, para que possamos, de forma reflexiva, alterar o status quo em busca de um melhor posicionamento?

Um estudo feito na Alemanha aponta que o estado de humor afeta o modo de andar de uma pessoa. No artigo Embodiment of Sadness and Depression—Gait Patterns Associated With Dysphoric Mood, os pesquisadores apresentam certas diferenças no modo de andar de pessoas depressivas, em comparação aos que não apresentam tal estado de humor. Movimento dos braços, a oscilação do corpo, os movimentos verticais, postura e velocidade são alterados de acordo com o estado emocional instalado em uma pessoa.

A diferença é percebível de forma clara nos depressivos, pois, apresentam um menor movimento na oscilação dos braços, maior amplitude na oscilação do corpo, menor amplitude nos movimentos verticais, postura mais inclinada e menor velocidade ao andar.

Em um segundo estudo, ainda dentro deste artigo, os pesquisadores induziram estado de tristeza e felicidade e não encontraram alterações significativas na marcha dos voluntários. A alteração do humor foi induzida por meio da audição de peças de músicas tristes e alegres; depois, era solicitado a cada sujeito que caminhasse por um tapete vermelho para a análise da marcha.

Esse estudo revelou que pode ser possível, com uma técnica mais apurada, um diagnóstico do estado emocional ou sintomático de uma pessoa na observação do seu modo de caminhar, já que tristeza (estado de humor) e depressão (doença) apresentaram no estudo perfis diferentes na análise dos elementos que compõem a marcha do andar.

De uma forma não científica, apenas como objeto de observação e reflexão, podemos apresentar três diferentes formas de marcha que podem indicar o estado de espírito de uma pessoa: andar como se estivesse chutando, andar como se puxasse o chão para trás e caminhar arrastando os pés.

Sabendo identificar o modo que estamos caminhando, ou que as outras pessoas exibem durante a marcha, pode nos dar uma ideia do que se passa no ambiente emocional para que, se quisermos, efetuarmos uma alteração buscando sempre o possível melhor para o momento de vida.

1 – Andar chutando: basta colocar o ato na vida real. Quem anda chutando está lidando com os problemas de uma forma um tanto agressiva. O movimento dos pés indica que, neste instante, ele está afastando as dificuldades imprimindo força em seus atos.

2 – Puxando o chão: trazendo o mundo para debaixo dos seus pés. Um astronauta recém-chegado da ISS disse que, ao subir uma escada na Terra ele tinha a sensação de estar empurrando todo o planeta para baixo e não de estar subindo com o seu corpo. O período em gravidade zero mudou sua propriocepção no mundo. Uma pessoa que anda assim está em um excelente momento de autoestima.

3- Arrastando os pés: óbvio que não é uma boa forma de caminhar. Demonstra tristeza e um baixo estado de ânimo. Essa pessoa não está reagindo bem diante dos enfretamentos dos problemas cotidianos.

Está é apenas uma pequena reflexão sobre esse vasto campo que é a linguagem não verbal. Nada mais do que a apresentação de um ângulo de visão que não é muito discutido nas salas de aula sobre leitura fria. O ser humano e a sua comunicação global consistem em um campo infinito para novas possíveis descobertas.

Curiosidade e muita atenção aos detalhes fazem toda diferença para quem deseja se tornar um bom analista comportamental.



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sexta-feira, 18 de agosto de 2017

O PODER DA LINGUAGEM NO AMBIENTE CORPORATIVO





Por João Oliveira
Não há dúvida nenhuma quanto a importância do processo comunicativo dentro das instituições. Uma falha neste processo pode gerar sérias consequências e, dependendo do perfil da empresa, até mesmo danos irreversíveis. Um ambiente que deveria ser totalmente à prova de erros na comunicação é o da saúde. Quando um profissional de saúde comete um erro de entendimento de alguma comunicação sobre procedimentos com os usuários, o resultado final pode ser fatal.

Clarificar a comunicação é a regra geral e deve ocorrer de duas formas:

1 – Da parte do receptor da mensagem: o que não foi entendido deve ser perguntado ao interlocutor;

2- Da parte do emissor da mensagem: se não tem certeza que o outro entendeu, peça para ele repetir o que foi dito.

Simples e fácil. O grande dilema é que as pessoas que não são habituadas a clarificação temem serem taxadas de burras ou incompetentes pelos seus companheiros de equipe. Para diminuir essa rejeição comportamental e ampliar a adesão aos protocolos de uma comunicação segura, é necessário um bom investimento em treinamentos com dinâmicas de impacto.

Alguns setores levam esses procedimentos bem a sério e, mesmo assim, falhas ocorrem. Os controladores de voo, por exemplo, possuem verdadeira obsessão por uma comunicação bem estruturada. Afinal, pior ainda que no ambiente da saúde, falhas desses profissionais podem resultar em catástrofes monumentais com centenas de vítimas fatais.

Mas, e a comunicação com o mercado? Como deve ser a condução de conteúdo com o universo que sustenta a empresa ou instituição?

Nos diversos perfis de atendimento ao cliente uma regra também é geral: todos querem ser bem atendidos em qualquer que seja o ramo de atuação ou tipo de relacionamento. Mesmo nos serviços onde o cliente só possui um fornecedor, com um acolhimento ruim, ele (o cliente) pode optar por viver sem o possível benefício.

Assim, usar de estratégias na condução das palavras faz toda diferença nas trocas que ocorrem entre as partes envolvidas no processo. Saber conduzir o outro com uma boa estrutura frasal é algo exigido de todo e qualquer elemento que deseje alcançar sucesso em sua atividade.

O Dr. Milton Erickson, atuante na década de 1970, pai da Hipnose Hericksoniana, traz esse processo comunicacional a um nível capaz de moldar uma sessão psicoterápica tornando-a única para cada paciente. Na modernidade, várias personalidades elaboraram influentes textos sobre esse mecanismo fantástico que, quando incluso no cabedal linguístico, pode transformar as fortes emoções reinantes em conflitos numa tranquila conversa entre duas pessoas.

O Steve Allen, autor de vários livros sobre persuasão, explora esse tema em seu livro “Persuasão e Influência”. A forma como o emissor estrutura o conteúdo, como conduz as palavras positivamente, pode auxiliar de maneira significativa a interpretação do receptor, tocando-o em nível subliminar causando grande empatia. Muitas vezes conduzindo a pessoa a efetuar uma ação, indicada pelo emissor, sem que o mesmo se dê conta disso. A condução ao resultado esperado, de forma estrategicamente feita, não é um truque ou ato ilegal, trata-se de uma comunicação de excelência que sintetiza a real intenção da organização. Ninguém fará nada ou adotará posicionamentos contra sua vontade, mas, com uma conversação plena de conteúdos significativos para o receptor, o resultado sempre é melhor para os envolvidos.

Não são palavras mágicas ou encantamentos, apenas uma forma quase artística de colocar a argumentação em um tom mais aceitável para o outro em meio aos conflitos que podem existir quando ocorrem posicionamentos antagônicos. Vejamos alguns exemplos:

1 – Começar a frase que solicita uma ação com: – “O senhor poderia... ?” Um pedido que, na verdade, indica o que deve ser feito. No entanto, a frase em tom respeitoso, ainda deixa uma breve possibilidade para a negação o que dá uma certa liberdade ao receptor.

2 – Caso seja uma negação a uma possível ação futura do outro: – “O senhor não deveria...”; - “Não é necessário que...” Sem impedir diretamente a possível ação futura do outro esse início de argumentação não causa um conflito direto. O emissor deve sempre apresentar uma outra possibilidade alternativa para a possível atitude que o receptor deseja adotar.

3- Criar prospecção de um cenário possível: - “Como seria se..?.” Provocar a criação de um cenário imaginado com uma solução à demanda apresentada traz alívio imediato ao conflito em curso. Mesmo se essa solução ainda não for possível, trazer o outro a um nível mais confortável ajuda na elaboração de soluções reais e plausíveis.

4 – Devolução da pergunta em novo tom: - “De que forma acha que deve ser feito...?” Coloque a construção da solução para o conflito na responsabilidade do outro. Assim, por pior que possa se apresentar a finalização solicitada por ele, você ganha tempo para pensar ou, se for o caso, adequar a proposta apresentada por ele para uma realidade possível.

As empresas que investem neste singular perfil de treinamento com seus atendentes possuem uma forte aderência de seus usuários. A Amazon é um exemplo de nobreza no trato com o cliente. Mesmo diante de situações complexas, os atendentes americanos, falando em português, usam de frases estrategicamente montadas para transparecer, ao cliente, cuidado e dedicação com o problema apresentado. Não há diálogo inesperado, não é necessário vasculhar uma tabela de frases prontas: o treinamento intenso dotou os atendentes de uma incrível velocidade de adaptação em qualquer situação surpresa.

Agora, pense em quantas oportunidades alguma empresa, em função de uma péssima condução em uma conversação, irritou você ou alguém que você conhece? Nem é preciso nominar os campeões de reclamações no Brasil por falhas no atendimento. Muitas instituições, por terem um número quase infinito de usuários, acreditam que os ventos sempre irão soprar a favor de seus produtos ou serviços. Justamente por pensar assim, estamos diante, nesse momento, de gigantes nos setores de comunicação (ironicamente) cambaleando à beira do abismo.

Uma vez adquirida a capacidade de usar as palavras certas, direcionando o interlocutor para uma solução confiável, mesmo que em tempo incerto, ganha-se respeito e confiança. Sempre colocando a ética em primeiro plano e respeitando as legislações vigentes – código do consumidor – qualquer perfil de empreendimento só tem a ganhar com uma comunicação estruturada.

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