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domingo, 9 de dezembro de 2012

Algumas dicas do livro “Ativando seu Cérebro para Provas e Concursos”.



Este livro oferece ao leitor mais de 100 modernas técnicas e dinâmicas para colocar a estrutura cognitiva em um nível de excelência. O resultado pode ser medido, além de avaliações no período escolar ou concursos públicos, na vida de uma forma geral. As estratégias, aqui apresentadas, objetivam uma saúde mental e acuidade na memória de longa duração.

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01 - Caminhar ou correr antes de estudar – Alguns pesquisadores na Itália descobriram que a prática de atividades físicas melhora o fluxo sanguíneo do cérebro. Segundo os estudos, pessoas com mais de 65 anos e que caminham 9 quilômetros por semana possuem menor chance de desenvolver demências. Estudantes que possuem uma rotina de exercícios também desenvolvem o cérebro com mais facilidade pois, já está comprovado que, a partir dos 25 anos de idade, o hipocampo começa a perder volume, certa de 1% ao ano, resultando assim no envelhecimento cerebral. No entanto, quando o indivíduo se exercita, ele consegue reverter a decadência física do seu cérebro, contando com mais agilidade para pensar e com isso melhora a performance das suas habilidades cognitivas. Isto não significa dizer que você deve ser um maratonista, mas fazer exercícios aeróbicos, pela manhã, irão ajudar a melhorar suas capacidades cognitivas.

02 - Passeando com os olhos – Antes de começar a estudar um novo conteúdo, de uma rápida olhada em todo material. Passe os olhos sem compromisso de assimilar alguma coisa, apenas olhe sem ler de fato ou prestar atenção. Isso irá ajudar no processo de memorização pois, você já criou um mapa mental do material que irá dar toda atenção, irá diminuir a tensão diante do desconhecido e você não se sentirá perdido quanto ao volume que tem para ler.

03 - Ancoragem sensorial visual – Processo que utiliza cores para ancorar memórias. Utilize, para isto, fitas coloridas como pulseiras no braço. Cada cor um trecho importante. Leia mantendo a fita como guia de leitura, depois a coloque no braço.  Não use muitas, lembre-se que você possui outros recursos de memorização e, portanto, não deve sobrecarregar nenhum deles. Como sempre, a fita deve estar presente no dia da prova para facilitar a recordação do material estudado.

04 - Escove os dentes com a outra mão – Isto irá ajudar a desenvolver novas conexões sinápticas criar novos caminhos neurais. Pode ser difícil à principio, mas com o treino (tudo na vida é treino) você será capaz de desenvolver uma boa coordenação motora na mão não dominante e isto pode ser muito útil em outras ocasiões, além de deixar o cérebro mais afiado para qualquer coisa.

05 - Imagine o seu bicho de estimação falando com você sobre o texto – Leia o texto, agora, imagine que seu animal de estimação pode falar, ou um personagem de desenho animado, coloque na voz dele o texto que acabou de ler. Esta imagem que destoa do natural ficará marcada em sua mente e facilmente será recuperada no momento em que for necessário.

06 - Palavras cruzadas – Uma forma divertida de memorizar o material estudado é pegar as palavras chaves e transformar em um jogo de Palavras Cruzadas.  Formule as perguntas e monte, com as repostas, o gráfico que você quiser cruzando as palavras utilizando algumas letras comuns a duas palavras. O esforço cognitivo para realizar tal exercício é pequeno, mas o resultado em memorização é fantástico. Tente.

07 - Metáforas - Se o tema estudado for muito difícil crie uma história divertida com ele. Faça dos conceitos personagens e use ambientes como: uma floresta, cemitério, castelo, uma grande e nova cidade.
Tente fazer uma cadeia de acontecimentos relacionados onde o conteúdo pode ser encaixado e, o cenário é chave da história. Guardando o cenário, que deve ser incomum, você pode acessar a história com facilidade e, neste enredo é que se encontram as informações que você necessita para a prova.

08 - Mnemotécnicas – Existem várias mnemotécnicas, técnicas de memorização, mas a que liga item a imagem é uma das melhores. Para isso use uma camisa que tenha vários símbolos, ou pulseiras, brincos, enfim, acessórios que você possa usar no dia da prova e que estejam com você no período de estudo.
Alguns estudantes que conhecem esta técnica costumam usar buttons coloridos neste processo de memorização. No livro você terá vários exemplos de técnicas neurossensoriais.

09 - Fichamento- Adquira pequenas fichas e vá fazendo pontuações sobre o tema estudado. Utilize fichas bem pequenas, que podem ser feitas cortando uma folha A4 em quatro pedaços iguais. Não ultrapasse cinco temas por cada uma e não se alongue, escreva apenas as principais palavras ou conceitos resumidos. Acostume-se a estudar com as fichas e canetas do lado e vá sempre anotando a medida que avança no material. Você pode usar fichas de cores diferentes para as diferentes matérias e, após a sessão de estudo, revisar o material. Não se esqueça de sempre citar, na ficha, a fonte da informação.

10 - Cenários  – Dentro das técnicas de memorização podemos usar vários cenários desde que eles possam ser elencados com facilidade quando necessário. Sabemos que o cérebro da preferência por novidades ou coisas absurdas. Um museu é algo diferente, ainda mais quando é criado pela sua imaginação. Comece, portanto, criando o seu museu com o nome na porta, salas e galerias com obras de artes, pinturas e esculturas. Agora vá colocando, como nome e descrição de cada obra de arte a matéria que você necessita memorizar. Tente claro, criar um ele de similaridade entre a obra de arte e a matéria. Lembre-se que o inusitado, diferente ganha uma marcação especial na sua memória, por isso as peças do seu museu devem ser únicas no mundo.


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quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

O CHORO DO BEBÊ



         
 
          Sabemos pouco sobre nós mesmos e como nos comportamos em sociedade. A cada dia que passa, descobrimos um pouco mais a respeito desta ciência em evolução chamada: Análise Comportamental. Não é um foco recente da psicologia, alias é exatamente disto que trata “toda” a psicologia. Mas o direcionamento e a intenção do uso deste conhecimento é que faz toda a diferença, pois, não está voltado, apenas, para o ambiente psicoterápico. Um exemplo disto é o que nos revela o estudo feito pelo falecido Dr. Lee Salk, psicólogo infantil americano, autor de oito livros sobre o tema e falecido em maio de 1992.

         Salk apresentou um estudo sobre o porque das mulheres terem preferência por carregar o filho do lado esquerdo. Isso não depende de serem destras ou canhotas, aliás, elas até dão explicações bem convincentes quando questionadas. As destras dizem que é para ter o braço direito livre para servir alimentação ao bebê e as canhotas, por sua vez, argumentam que, segurar o bebê com o braço esquerdo dá mais segurança, pois estão segurando com seu membro mais forte. 

         Na verdade isso é apenas uma construção mental para justificar um ato programado pela genética (segundo Salk). O estudo revelou que 83% das mulheres davam preferência a este modo de segurar o bebê. Até mesmo meninas pequenas possuem essa tendência. O estudo conduzido por ele deu bonecas para meninas segurarem, e mais uma vez o lado esquerdo ganhou disparado do direito, Neste ponto surge o questionamento: por que isto ocorre?

         Salk descobriu o óbvio: as crianças se acalmam ouvindo a pulsação do coração da mãe. O batimento cardíaco que elas estavam acostumadas a ouvir durante nove meses dentro do útero. De uma forma inconsciente as mães, mulheres de uma forma em geral, sabem disso, e acomodam seus filhos de modo que, com o ouvido do lado esquerdo do peito, possam ouvir seus batimentos cardíacos. Deste lado o som é mais potente.

         O que fazer com essa informação, como ela pode ser útil?    

         Grave os batimentos cardíacos da mãe em um momento de tranquilidade, faça um Cd e coloque no quarto do recém-nascido rodando, baixinho, no modo de repetição durante toda a noite. Ele terá um sono tranquilo e saudável. Este experimento só não funciona em um caso muito específico, quando o bebê e a mãe são afastados prematuramente. No caso dele ser tirado da mãe por mais de vinte quatro horas logo após o nascimento, por exemplo. Neste caso o estresse causado pelo rompimento do elo pode gerar sintomas logo nos primeiros momentos de vida.

         Isso nos coloca em outra questão: por que os berçários dos hospitais não utilizam esta informação? Vários experimentos já foram feitos nos EUA, na época em que Salk fez seus estudos e o resultado foi amplamente satisfatório.

         Estamos falando de um homem que faleceu em 1992, estes estudos foram publicados na década de 80 e parece uma grande novidade!

         Bem vindo ao mundo da Análise Comportamental!  Muito já foi estudado e comprovado, mas parece recém saído de um laboratório e, o que já foi testado e publicado, ainda carece de divulgação para ser colocado em prática.


Por: Prof. Msc. João Oliveira - Psicólogo -

        

sábado, 1 de dezembro de 2012

RAIVA: A MELHOR EMOÇÃO!





"Aprendi através da experiência amarga a suprema lição: controlar minha ira e torná-la como o calor que é convertido em energia. Nossa ira controlada pode ser convertida numa força capaz de mover o mundo." MAHATMA GANDHI

 

            Muito já foi dito sobre as emoções ao longo das eras e, com certeza, algumas definições têm sido nominadas como melhores e outras como piores. A palavra emoção deriva do latim movere (por em movimento). Isso nos fala da sua natureza de colocar em movimento, de dentro para fora, comunicando ao mundo nossos estados de necessidades internas. Todas, então, seriam úteis e por isso foram mantidas no processo evolucionário da raça humana. Lógico que algumas perderam sua função original e se adaptaram, como puderam, à nova realidade da civilização moderna. Afinal, não precisamos mais correr de leões ou matar animais para nossa alimentação. Mas o sistema de luta e fuga continua ativo.


            O homem modernizou a sua estrutura social. No entanto, internamente, em seus processos somáticos, ainda é praticamente o mesmo do tempo das cavernas. Basicamente, estamos preparados para caçar e reproduzir, o resto foi se acumulando ao longo dos milhares de anos e reflete no que somos hoje: criaturas com respostas emocionais às diversas situações nas quais, às vezes, certas manifestações não seriam necessárias ou, ainda, surgem em dimensões desproporcionais à situação vivida. Caso duvide disto, pergunte a quem tem síndrome do pânico ou algum tipo de fobia.


             Sempre buscamos diferenciar as emoções uma das outras e tentamos associar, relacionando as sensações orgânicas com a situação onde estamos envolvidos, fazendo uma ligação direta entre o fato, nossa interpretação do mesmo e o que sentimos. Além das diversas interpretações diferentes que cada um de nós pode dar às situações semelhantes, ainda existe a intensidade da emoção, às vezes forte demais e, outras vezes, nem são percebidas adequadamente.


            É fato que não sabemos nominar nossas emoções, estamos sempre confundindo o que sentimos. As emoções, na visão dos poetas, fazem do ser, um Humano, mas a realidade é que elas podem atrapalhar, e muito, aqueles que não conseguem detectar seus próprios estados emocionais.


            No ano de 1924, Maranon, neurocientista francês (citado por Richard Restak em O Cérebro Humano, pág. 141) injetou adrenalina em 210 indivíduos, o que fez surgir sensações fisiológicas em todos eles. Quando o experimentador, de maneira indutiva, contava uma história qualquer com fundo emocional, fazia brotar no sujeito a emoção sugerida no texto. Graças ao efeito da adrenalina, a emoção surgia forte. Desta forma ele fez "aparecer" todas as nuances das emoções humanas apenas contando diferentes histórias. Esta experiência foi repetida na década de 1960, com algumas alterações de modelo operacional, mas com resultado similar, por Stanley Scharter e Jerome Singer. 


            Com a mesma base química, mas com interpretações pessoais diferentes das histórias contadas, o significado individual fez surgir emoções que mais se alinhavam com a perspectiva do indivíduo! Podemos inferir, então, que, tecnicamente, seriam, basicamente, as mesmas reações somáticas que originam as emoções, apenas os nomes dados pelos sujeitos que as vivenciavam é que são diferentes por conta de suas expectativas ou interpretações do contexto.


Nos dias atuais, a complexidade da origem das emoções é debatida ao extremo e nada está totalmente descartado. Alguns defendem a ideia de quatro emoções básicas, outros de seis estados emocionais naturais. Este exemplo é puramente ilustrativo para que não percamos de vista a possibilidade de estarmos dando nomes diversos aos mesmos bois.


            Podemos então acreditar que muitas das emoções que sentimos, ou nominamos, têm sua origem na mesma fórmula química endócrina? Seremos então escravos de hormônios e neurotransmissores? Isso nos dá inclusive, bons argumentos para pensar com cuidado sobre como devemos reagir na próxima fez em que estivermos sob forte emoção. Afinal se a emoção tem a sua forma dada pela interpretação da história contada, se ressignificarmos o conteúdo, mesmo sem alterar a base química, podemos alcançar um novo estado emocional!  
    
            Isso pode soar apenas como teoria para alguns, pois, a pratica não deve ser tão fácil. A maioria das pessoas não consegue perceber quando está entrando em um estado emocional alterado. “Sob forte emoção estamos sempre certos!”. Todos pensam assim?

             
       Desta pequena abertura podemos passar a qualificar as emoções básicas que, segundo os estudos do psicólogo americano Paul Ekman, são seis. Tratamos de emoções naturais, aquelas percebidas em todos os humanos com o mesmo código facial de expressão muscular, porém, guardando diferenças quanto aos motivos culturais para suas manifestações: o que faz rir um oriental pode fazer chorar um ocidental, por assim dizer.



Raiva pra que te quero


Por não ter pleno conhecimento da estrutura de afeto que reina em seu próprio ser, os mitos surgem e, uma frase que sempre ouvimos é: “- Só o amor constrói!”.  Amor é sentimento, está além da emoção, na realidade outra emoção pode nos levar a construir bem mais rapidamente, dentro das seis consideradas bases universais. Não estamos falando de expressões faciais, percebidas externamente pelo outro, estamos focados nas sensações percebidas e plenamente identificadas pelo próprio sujeito que as manifesta e transformada com o tempo em sentimento instalado.


Podemos simplificar as emoções quanto às suas digitais comportamentais: Paralisantes (medo, tristeza, espanto e nojo); Recuo (tristeza, nojo e medo); Conjugação perigosa (medo e raiva) e Motivadora (raiva)


            A raiva só não serve como alavanca quando é internalizada. Algumas pessoas, por motivos variados, direcionam a raiva para si mesmo e a somatização passa ser inevitável. Doenças diversas, como pressão alta e alterações cardíacas, podem se manifestar no sujeito, algumas delas chegando mesmo a incapacitá-lo de alterar o externo como pretendia.


            Temos uma grande dificuldade em identificar corretamente a emoção no momento em que a estamos vivenciando. Quando, após os segundos iniciais a manifestação da expressão emocional pelos músculos da face, a emoção se instala e, depois de mais algum tempo, após sofrer uma análise crítica consciente, ela se transforma em sentimento, pode haver uma alteração por completo na forma de um indivíduo se relacionar com o ambiente. O melhor, para evitar comportamentos que possam ocasionar perdas sociais a longo prazo, é mudar a interpretação dos fatos logo quando temos a primeira percepção da natureza emocional que surge negativamente e, com isso, alterar a realidade entendida pelo nosso corpo e mente. Ou seja, aproveitar a mobilização que a indignação (raiva) provoca no organismo, como um combustível de mudanças no externo, de forma mais produtiva sem causar danos desnecessários a outras pessoas ou a nós mesmos.


            Uma postura clássica dos lábios na expressão da raiva é o fechar dos lábios com força. Nos experimentos conduzidos, no inicio da década de 1960, pelo psicólogo americano Paul Ekman, foi pedido a representantes de povos, que viviam longe da civilização, que demonstrassem como mantinham a raiva sob controle: eles corroboravam essa mesma postura de lábios firmemente cerrados. Entretanto, quando pedido que evidenciassem a raiva em ação, eles movimentavam os braços no ar como simulando um ataque. Já entre as pessoas imersas na civilização atual, ao serem submetidas ao mesmo tipo de solicitação, demonstravam a raiva sendo liberada com os lábios de afastando, revelando uma postura de quem vai dizer algo ofensivo à outra pessoa.


            Desta forma podemos inferir que, para nós, a expressão da raiva liberada pode ser através de ofensas verbais. Gritar com alguém ou xingar um palavrão pode ser considerado uma liberação da tensão interna provocada pelas mudanças orgânicas. Originalmente, dois tipos de comportamentos foram observados nos animais na manifestação desta emoção: o ataque a outros animais para obtenção de alimento, e a agressão afetiva, que serve para corte às fêmeas ou demarcação de território. 


            John Flynn, nos anos 1960, identificou que os comportamentos agressivos eram provocados pela estimulação de áreas específicas do hipotálamo, nas porções lateral e medial. A raiva é uma emoção que está relacionada às funções da amígdala, em decorrência de suas conexões com o hipotálamo e outras tantas estruturas. A amígdala também tem grande atuação em outra emoção: o medo. Este comando das estruturas cerebrais faz o organismo acelerar a produção de adrenalina. A raiva também parece estar ligada às produções dopaminérgicas e dos glutamatérgicos. Nesse sentido, os antidepressivos dopaminérgicos e psicoestimulantes são potencializadores da raiva, já os antipsicóticos e estabilizadores do humor, quase sempre exercem efeitos depressores sobre a raiva. Na raiva, também ocorre uma elevação na taxa de açúcar no sangue numa antecipação ao custo calórico necessário para a movimentação dos músculos. 


            Uma situação que pode provocar a raiva em bebês nos diz muito da natureza dessa emoção. Uma interferência física: segurar os membros da criança impedindo seus movimentos, não permitindo que ela se liberte, irá disparar uma rápida reação. Isso demonstra que essa emoção nasce quando algo está interferindo na nossa intenção de fazer algo. Ela pode ser ampliada se percebermos ser a ação bloqueadora intencional, ou seja, a pessoa que nos impede decidiu por fazer isto.


            Este aproveitamento de energia, provocado pela raiva, pode ocorrer naturalmente em algumas pessoas que foram humilhadas, perseguidas ou que tiveram uma interpretação da realidade que ressaltou tal emoção. Poderia ter sido diferente se, ao invés da raiva ser controlada e direcionada para ação, ela tivesse sido transformada em rancor e ódio. Esses sentimentos poderiam destruir a possibilidade de um pensamento estratégico que oferecesse um rumo ao sujeito que os vivencia.



Raiva que movimenta


            Muitos líderes, gerentes, homens ou mulheres de sucesso, estão tentando provar algo para alguém que no passado os humilhou ou impediu seu desenvolvimento, desta forma o seu sucesso atual é uma resposta à provação que podem ter passado em outra época. Sua alta autoestima resulta de uma retroalimentação da sua emoção.


            Algumas pessoas relatam que seus sonhos trazem a memória de tempos difíceis na vida e isso proporciona uma energia incrível para levantar pela manhã e lutar no mundo, para nunca mais ter que passar por aqueles momentos terríveis do passado.

           

            A emoção, em si, e o sentimento que ela desperta não é determinante para o comportamento. Como interpretamos as situações e direcionamos nossos recursos é o que determina sucesso, vitória ou doença e morte. Ouvimos sempre dizer que outros fatores, como sorte ou azar, devem ter peso de influência no resultado final. Isso pode ser até possível, mas a decisão de buscar por uma situação ou outra nasce no livre arbítrio e esse surge da capacidade de percepção de nossas próprias emoções. Não se pode tomar uma decisão sem ao menos saber que tipo de emoção está manifesta em nosso organismo. A pura sensação fisiológica pode não ser suficiente e clara ao ponto de permitir uma avaliação definitiva do progresso comportamental.

            Não existe emoção ruim. Todas foram mantidas durante a evolução por um bom motivo, elas são úteis para a manutenção da espécie, elas nos ajudam a permanecer vivos, sem elas poderíamos cometer erros de avaliação e nos colocar em risco de morte, por exemplo. Uma pena que, com a evolução social e cultural, o homem deixou de prestar atenção na linguagem interna, nas matrizes biológicas, e acaba, muitas vezes, precipitando ações que podem causar enorme prejuízo a si próprio.


“Não é a intensidade dos sentimentos elevados que faz os homens superiores, mas a sua duração.” Friedrich Nietzsche



João Oliveira é psicólogo, mestre em Cognição e Linguagem, pós-graduado em Hipnose Clínica Hospitalar e Organizacional, pós-graduado em Psicologia Humanista Existencial e pós-graduado em Cultura, Comunicação e Linguagem. Diretor de Cursos do ISEC – Instituto de Psicologia Ser e Crescer. Autor do livro ‘Saiba quem está à sua frente: análise comportamental pelas expressões faciais e comportamentais’ e "Ativando o Cérebro Para Provas e Concursos" (editora WAK)



Referências

BANDLER, R., GRINDER, J. Sapos em príncipes: Programação neurolingüística. 8 ed. São Paulo: Summus, 1982.

-------. Atravessando. São Paulo: Summus, 1984.

------- . Ressignificando. São Paulo: Summus, 1986.

BANDLER, Richard. Usando sua mente, as coisas que você não sabe que não sabe. São Paulo: Summus, 1985.

CHOMSKY, Noam. Linguagem e mente. Brasília: Universidade de Brasília, 1998.

DARWIN. Charles. A expressão das emoções no homem e nos animais. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

EKMAN, Paul. Emotions revealed. New York: Holt Paperbacks, 2007.

MUSSALIN, F. & BENTES. Introdução à lingüística: domínios e fronteiras. São Paulo: Cortez, 2001.

Pinker, Steven. Do que é feito o pensamento. São Paulo: Cia das Letras, 2008.

Pinker, Steven. Como a mente funciona. São Paulo: Cia das Letras, 1998

PINKER, Steven. O instinto da linguagem: como a mente cria a linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 2002.

RESTAK, Richard. Cérebro Humano. Lisboa: Editorial Presença, 1989.

ROBBINS, Anthony. Poder sem limites. 8ª ed. São Paulo: Best  Seller, 2007.