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quarta-feira, 6 de junho de 2018

QUE O PRIMEIRO A CHEGAR ACENDA A LUZ



Sempre existe uma certa dose de reflexão sobre o momento financeiro do nosso país e isso tanto pode ocorrer no final quanto no começo do ano. A palavra crise se tornou comum em nosso vocabulário e, muito provavelmente, é mais verbalizada do que a palavra oportunidade. A velha frase “Enquanto uns choram outros vendem lenços ” pode até ter encaixe na filosofia de vida de alguns, mas, não cabe nesse momento de prospecção para um novo ano que se inicia.

A visão de uma estrada à ser percorrida deve sempre estar em um ângulo positivo mesmo que ela possa apresentar algum tipo de dificuldade. A instituição, que também é o reflexo da estrutura psicológica de seus colaboradores, precisa manter um status quo em alto nível mesmo quando o externo aponta para um quadro de turbulência no mercado.

Seja qual for a área de atuação – serviços, comércio ou indústria – sempre existem brechas que podem ser aproveitadas para reorientação do fluxo de esforços. Para tanto, é realmente necessário um esforço interno contínuo criando uma barreira contra o pessimismo que, uma vez instalado, se torna difícil de ser extirpado.

Existem boas técnicas para isso disponíveis em vários formatos. Um dos métodos mais aceitos e fáceis de serem montados, em qualquer perfil de atividade, é o da educação continuada: cursos e treinamentos internos. Não se trata de cursos de graduação nem mesmo algo que necessite de um corpo docente altamente qualificado com especializações internacionais: o simples basta para manter o equilíbrio da cultura organizacional.

Treinamentos que se sobrepõem sem deixar grandes lacunas de espaço vazio, ofertando diversas possibilidades de aprimoramentos, tanto no aspecto pessoal quanto profissional, quase sempre tornam o grupo coeso em prol da instituição, formando um corpo laboral com a capacidade de estar envolvido emocionalmente com a empresa.

Na verdade, essa noção de unidade não é algo comum entre os colaborares brasileiros. Mas, facilmente podemos imaginar uma empresa no Japão, onde as vagas em muitas indústrias são herdadas como um bem patrimonial pelos filhos dos antigos funcionários que se aposentam ou, alguns países europeus, onde demitir um trabalhador é prova da incapacidade do gestor. Se o funcionário não produz corretamente é porque houve uma falha na preparação desse profissional para o posto que ocupa ou o mesmo está alocado em posição equivocada, de um jeito ou do outro, podemos concluir: a responsabilidade é do gestor.

Assim sendo, podemos nos espelhar em empreendimentos que nunca cessam seus treinamentos e são referências em cases estudados internacionalmente. Provavelmente a mais famosa instituição que faz do treinamento interno uma religião quase fundamentalista é a Disney. Um exemplo do resultado disso é quanto à fidelidade de seus funcionários. Enquanto a média nacional tem uma rotatividade de 40%, na Disney essa taxa é menor que 1/3 disso e, na esfera dos funcionários de supervisão e gerência, a taxa cai para 6%. Lembrando que os salários oferecidos não são tão atraentes assim, um funcionário no início de sua carreira nos parques começa em U$ 4,85 por hora, relativamente baixo para os padrões dos EUA.

Sem medo de errar o termo correto é envolver o colaborador de forma que ele passe a ver a instituição como parte do seu próprio ecossistema. Sabemos que, sem a empresa o funcionário não tem rendimentos e, claro, sem a produtividade e engajamento do profissional de nada adianta existir a empresa.

Uma vez o prof. Darcy Ribeiro, grande educador e antropólogo, fez um discurso empolgado em meio ao planejamento de uma grande universidade no interior do Estado do Rio. São suas palavras: - “De nada adianta paredes firmes e microscópios possantes sem a mente das pessoas elaborando questionamentos. ” O que ele disse foi que não há nenhuma condição de produção somente com as estruturas, por melhor que sejam, sem a presença das pessoas que formam a alma de qualquer ambiente corporativo.

Quais são as possibilidades de treinamentos dentro de sua instituição? Antes que você possa responder, pense em quantas posições (funções) existem na sua organização. Qualquer uma delas, mesmo o pessoal que atua nas tarefas consideradas de baixo rendimento, pode ter aprimoramento. Lembre-se que o foco vai além de formar colaborares e sim de internalizar os valores da instituição.

Antes da partida de Colombo rumo ao desconhecido na noite de 3 de agosto de 1492 o mundo era cheio de incertezas quanto as estratégias possíveis. Diferente da viagem que culminou com a primeira alunissagem à Lua pela Apolo 11 em 1969, as viagens pelos oceanos não possibilitaram um sólido planejamento aos descobridores: eles se lançavam pelo entusiasmo e esperança de alcançarem resultados.

Hoje, qualquer um de nós pode levantar dados estatísticos apenas usando as ferramentas disponíveis na internet. São tantas as possibilidades que é possível se perder em um oceano de informações. O foco deve ser seletivo, diminuir o espectro de busca, na procura de conteúdo que pode ser replicado no formato de treinamentos para os integrantes da grande nau, belonave, que dispomos para enfrentar o mar bravio neste ano que se inicia.

Posicionar a Gestão de Pessoas como leme não é o que se espera para hoje, é algo que já devia estar posicionado desde sempre. Como alvo, o futuro próspero e a unidade interna coesa na firme embarcação em que podemos confiar durante qualquer tempestade em alto mar. Modificando o dito popular que assinala: “último a sair que apague a luz”. Devemos sim, manter a luz da prosperidade sempre acesa, como um farol, que indica o caminho para uma navegação segura.


Por Prof. Dr. João Oliveira

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