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sexta-feira, 7 de agosto de 2015

QUANDO ELA CHEGAR


Por João Oliveira – Psicólogo (CRP 05/32031)


Quando o cavaleiro parou no alto da montanha toda a cidade pôde ver o brilho de seu cavalo vermelho e o arco em suas mãos anunciava quem ele era e o seu poder.

- Onde está ela? Disse que nos encontraria aqui não foi? – Perguntou a um dos dois outros cavaleiros que o acompanhava.

- Você bem sabe que ela tarda mais não falha – dito isso o cavaleiro montado em um belo cavalo branco sorriu.

- Sei que vou incomodar com o meu pensamento, mas acho que deveria ter comido mais daquele guisado no jantar... já estou sentindo... – e o cavaleiro do cavalo preto foi interrompido pelos outros dois.

- Já sabemos: fome!

- Você não é outra coisa – falou o cavaleiro que segurava uma jarra montado em seu cavalo branco.

- Bom! Não podemos ficar aqui parados, se ela não vem eu vou descer e resolver logo isso com meu poder. Veja, só de me olharem já estão intimidados. Irei destruir tudo e podemos voltar para o nosso merecido descanso.

- Não seja assim Guerra, eu é que posso destruir todos mais rapidamente. A minha balança da desigualdade vai transformá-los, todos, em famintos em poucos dias. Será mais rápido e menos barulhento que você. – Afirmou a Fome em seu cavalo Preto.

- Vocês nem sabem com quem andam. Sou eu que posso aniquilar a todos com meus vírus letais. Meu nome é Peste e possuo, aqui dentro desta jarra, as mais perigosas doenças do mundo.

- Parem! – Gritou um homem que estava abaixo da montanha – Por favor, esperem o quarto cavaleiro, não desçam sem ele. Por favor!

- Como? – Perguntou a fome – Porque faríamos isso?

- Porque o apocalipse é aniquilação e vocês três apenas trariam sofrimento, mas nunca o extermínio. Sem a morte, a Peste, a Guerra e a Fome apenas geram tormento e dor, mas nunca irão finalizar. Só a morte pode fazer isso.

- Ele tem razão – disse a Fome – É por isso que ela chega na hora que quer e, muitas vezes vem sozinha. Liberando as pessoas sem sofrimento algum.

- Cale a boca Fome - falou a Peste – Bem sabe você que ela é a única que pode operar sobre nós.

- Então... – questionou a Guerra – Alguém que voltar e comer mais um pouco daquele guisado enquanto esperamos a estrela da festa chegar?


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