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quarta-feira, 29 de julho de 2015

VER, OUVIR E FALAR


Por João Oliveira - Psicólogo (CRP 05/32031)


Todos já devem ter visto, ao menos uma vez na vida, a figura dos Três Macacos Sábios. Eles são de origem japonesa: Mizaru, cobrindo os olhos, para não ver o mal; Kikazaru, cobrindo as orelhas, para não escutar o mal; e Iwazaru, cobrindo a boca, para não falar o mal. Simplificando: não veja, não escute e não fale o mal.


Infelizmente isso não funciona no mundo coorporativo. Os macacos surgiram no século XVII sobre a porta de um santuário em Nikko, e devem ter sido inspirados nos ensinamentos de Confúcio. No mundo atual, corporativo, o bom gestor deve ter uma nova representação pictórica: olhos bem abertos, ouvidos atentos e ter uma excelente capacidade comunicacional.


Sem essas capacidades bem afinadas dificilmente um líder conseguirá manter sua equipe de trabalho motivada e produtiva. Saber coordenar pessoas exige uma capacidade ímpar de perceber falhas no processo e intervir afim de direcionar ações corretivas. Portanto, não cabe fechar os olhos ou fingir que nada está acontecendo, isso irá levar a empresa a um destino certo: fracasso.


Separando as capacidades:


1 - Observar tanto o modelo externo, alterações que ocorrem no mercado, quanto o ambiente interno, onde reside o núcleo mantenedor da instituição. Os olhos devem estar bem abertos e treinados para detectar qualquer movimento que possa comprometer a movimentação sincrônica. Qualquer detalhe é importante.


Certa vez uma lata de lixo sem tampa foi a causa de um princípio de incêndio em uma fábrica de refrigerantes. Um visitante, mais distraído, jogou a ponta de um cigarro aceso em meio a papeis finos e facilmente inflamáveis. O fogo foi contido imediatamente e, disso, nasceu a regra de ouro que todos conhecemos hoje: é proibido fumar dentro de instalações com inflamáveis. As grandes empresas disponibilizam espaços para os fumantes em áreas específicas com ventilação ou, ao ar livre. Neste caso a medida veio após a falha. O ideal é que o gestor possa ter a capacidade de prospectar o futuro a partir de indícios presentes.


2 - Ouvir com atenção. Fontes confiáveis, notícias nos veículos de comunicação, SAC e se colocar disponível para todos os colaboradores sabendo ouvir, pode trazer à tona informações importantes para o rumo da empresa. Muitas vezes, um pequeno detalhe quando corrigido rapidamente pode evitar uma catástrofe. Como o gestor não é onipresente deve ter ouvidos bem atentos e saber selecionar o que de fato é relevante.


Um funcionário de uma instituição de ensino nos Estados Unidos percebeu que os alunos de graduação com notas baixas eram os mais prováveis a desistir antes do quarto período. Por várias vezes ele procurou a gestão da universidade procurando apoio para criar um sistema de detecção automática com padrão para criar um aviso de alerta para os professores darem mais atenção a esses indivíduos antes da desistência. Como não conseguiu ser ouvido, buscou outra instituição e hoje esse programa é responsável pela diminuição da evasão universitária em vários estados americanos.


3- Falar o que deve ser dito. Isso não significa dizer tudo o que se pensa, afinal a assertividade na fala do gestor é uma poderosa ferramenta motivadora. Pior ainda quando os colaboradores também não se comunicam. Saber passar a informação à frente na forma verbal é uma arte mais que necessária na instituição, a comunicação é tudo. Muitas são as pessoas que não falam o que tem a dizer por vergonha ou medo. Falhas no processo comunicacional sempre geram problemas absolutamente desnecessários e facilmente evitáveis.


Um hospital, por exemplo, não pode ter falha no processo de comunicação de maneira alguma, afinal, disso depende vidas humanas. No mês de fevereiro de 2015 um hospital de referência do Rio de Janeiro deixou um paciente em alta ocupando um leito de UTI, que é extremamente necessário para pessoas em estado de risco de morte, por quase um dia inteiro apenas porque um funcionário esqueceu de falar ao setor de internação da liberação do paciente pelo médico. Um funcionário de apoio (limpeza) alertado pelo próprio paciente levou a preciosa informação, por conta própria, até o responsável pela organização de leitos. O ato pode ter salvo uma vida, pois, a lista de espera para vagas na UTI naquele dia era de três pessoas.


Os macacos de Nikko podem ser úteis no universo da vida pessoal ou, mais importantes ainda no século XVII, quando a comunicação tinha um perfil bem diferenciado dos dias atuais. Na empresa não corra o risco de nada ver, ouvir ou falar. O preço pode ser alto e cobrado de uma só vez.


segunda-feira, 27 de julho de 2015

O VALOR DA PRODUÇÃO

Por João Oliveira - Psicólogo (CRP 05/32031)


Quanto vale hoje uma inserção comercial em um horário nobre da televisão em rede nacional?

Não menos que alguns milhões de reais em uma única campanha.  Em julho de 2015, por exemplo, a inserção de 30 segundos (apenas uma) no programa Fantástico da Rede Globo aos domingos custava R$ 524.100,00 de acordo com o site Bastidoresdatv. Isso nos dá uma breve ideia do peso dos investimentos feitos pelas grandes marcas brasileiras.

Mas, não é só isso.  Uma produção de qualidade, um VT que seja estimulante não é nada barato e, muitas vezes, pode até ser mais caro que a própria veiculação. Como é o caso dos comerciais da Coca Cola exibidos nas finais de campeonatos de futebol americano. Alguns desses vts são exibidos uma única vez e são aguardados pelo público como parte do espetáculo em si.

Ainda não acabou: temos os cachês dos artistas e modelos que, dependendo de seu impacto de credibilidade junto ao público telespectador também possui valores milionários.  No caso, o comercial que focamos, é apresentado por um casal que possui um grande apelo popular e conquistou um incomparável afeto das famílias brasileiras após passar por um acidente aéreo que, por pouco, não vitimou todos os integrantes do voo.

Assim, vale à pena lembrar mais uma vez, o peso do investimento em uma campanha nacional é algo monstruoso e, portanto, deve ter todo cuidado possível para não enviar mensagens contraditórias ao telespectador.

Não acredito que o custo de um profissional em Análise Comportamental poderia inviabilizar uma produção dessas. Acho até, me perdoe se exagero, que o valor desse profissional, para acompanhar as gravações e orientar os atores envolvidos, seria menor que o coffe brake servido durante as filmagens.

A presença desse especialista seria uma garantia que, os sinais ideomotores emitidos pelos apresentadores do produto, não criassem uma incongruência comunicacional. Assim eles poderiam ser evitados e não estariam prejudicando a mensagem principal para a qual, tantos milhões foram investidos.

A mídia ainda deve se recordar do nosso famoso James Vicary com seus experimentos com mensagens subliminares em 1957. Imagine que se algo imperceptível à visão ou audição pode alavancar algum tipo de consumo diferencial, o que pode, então, causar na audiência um movimento claro de cabeça e ombro em negação ao que está sendo dito?

Como publicitário e psicólogo especialista em comunicação não verbal com mais de uma centena de treinamentos realizados de forma presencial e on line, só posso dizer que tem gente com dinheiro sobrando e informação faltando.

O Brasil é rico em profissionais competentes. São muitos os talentos em Análise Comportamental só no eixo Rio/São Paulo.  Alguns são fenômenos naturais que nem mesmo uma formação acadêmica possuem e isso, acredite, não tira o valor de suas análises.

Da próxima vez que pensar em investir em uma comunicação de vídeo – seja um produto ou uma ideia – procure apoio de um analista comportamental. Esse profissional pode ajudar a potencializar a mensagem que está sendo enviada. Lembre-se de que, comunicação é o que se entende e não o que é dito.


domingo, 26 de julho de 2015

O VÍCIO DA MÁ ALIMENTAÇÃO

Por Beatriz Acampora

O cérebro humano é realmente fantástico: ele se acostuma a tudo em uma tentativa constante de adaptação e sobrevivência neste mundo. Se você dá uma mamadeira com o pior dos refrigerantes para uma criança, ela pode até fazer uma careta no início, mas com certeza começará a se acostumar e, com o tempo, até mesmo irá pedir o tal refrigerante, principalmente se o hábito de o ingerir for comum em sua família. 

Em pouco tempo é possível criar um hábito e até mesmo começa-se a justificar o porquê dele, ainda que a justificativa não tenha lógica alguma. Nesse sentido, é possível você ouvir os mais diversos argumentos em prol de hábitos alimentares caóticos, desorganizados e realmente prejudiciais à saúde.

Cada organismo é singular e, portanto, cada pessoa deveria aprender a reconhecer o que lhe faz bem o mal para que possa se alimentar daquilo que é realmente funcional e adequado a um estilo de vida saudável e também de acordo com seus valores.

A alimentação deve ser apreendida para além do que é gostoso ou não, pois o paladar pode ser treinado, pode ser reinventado e até mesmo se adaptar a novas experiências. Além disso, nem tudo o que é gostoso faz bem ao seu organismo. E nem tudo o que faz bem tem o gosto ruim. Então, comer bem é também uma questão de perspectiva. Do que você é capaz de fazer para ter uma rotina saudável em relação à comida: sem excessos para mais ou para menos.

Para isso é importante ouvir o que o corpo diz após comer algo. Um bom exemplo é uma pessoa que gosta de pimenta, mas toda vez que come pimenta passa muito mal e, ainda assim, continua a comer muita pimenta. É preciso encontrar o equilíbrio entre os desejos e o que é aceitável pelo corpo.
Você já deve ter ouvido o seguinte ditado: “uma gota de veneno ainda é veneno”. Não é preciso ser radical, mas é importante avaliar como os seus hábitos alimentares prejudicam seu organismo e começar a incluir coisas que fazem bem e tirar aquelas que fazem mal.

Mas como mudar um hábito alimentar? Tomemos esse exemplo: se todo dia após as refeições você come um doce, você pode começar retirando o doce após a janta e depois de uma semana começar a comer o doce no almoço apenas a cada dois dias, depois de mais algum tempo come-lo apenas a cada três dias, até chegar em uma vez por semana ou até mesmo parar de comer doces após as refeições. O cérebro reaprende que é possível ficar sem aquilo. É como um processo de largar um vício, tem que ir se afastando dele progressivamente até que o cérebro reconheça que é possível viver sem ele.

Nesse sentido, o “só por hoje” funciona muito bem. Busque criar frases positivas para dizer a si mesmo. Por exemplo: “Só por hoje terei uma alimentação saudável” ou “comer de forma correta me deixa bem comigo mesmo”, ou ainda, “Eu posso ficar sem isso hoje”.

O mais perigoso do processo dos vícios alimentares é que os pais são exemplos para os filhos e temos cada vez mais crianças e adolescentes se alimentando de forma disfuncional porque um determinado hábito é praticamente imposto a eles. Hoje temos crianças que podem até ter o peso considerado normal, mas que apresentam taxas altas em relação à glicose, colesterol e triglicerídios, ou seja, não é um problema ligado somente à obesidade.

É preciso pensar em curto, médio e longo prazo e buscar uma alimentação que possa ser fonte de energia e vida e não de prováveis doenças. Hoje a longevidade é mais ampla e provável para todos e precisamos pensar: Como queremos chegar lá? Qual o impacto do que comemos hoje para nossa vida no futuro? Seremos capazes de chegar à terceira idade com saúde para aproveitá-la?


Apenas reflita hoje e mude o que precisa ser mudado em prol da sua qualidade de vida hoje, amanhã e depois. 

sábado, 25 de julho de 2015

Mentira X Emoções



Por: João Oliveira - Psicólogo (CRP 05/32031)

A grande maioria das pessoas acredita que existe uma fórmula infalível de se descobrir a mentira na face dos outros apenas com algumas dicas como, por exemplo, os movimentos dos olhos para alto a direita. Isso não corresponde à realidade, pois outros fatores devem ser avaliados antes de julgar o conteúdo proferido por alguém. Um gesto, apenas, funciona como uma única palavra fora de um texto, não tem muito significado isolada, ela precisa estar dentro de uma frase para fazer sentido.

A análise comportamental é uma ciência séria, mas ainda sofre muito com apressadas sentenças feitas por impulso e sem a devida profundidade. Não existe um único sinal na face que demonstre a mentira! O contexto como um todo, deve estar sendo avaliado e, mais ainda, existem mentirosos que conseguem se colocar sem deixar um único vestígio. Estes são os que acreditam no que estão dizendo, vivem suas fantasias.

Para nós o importante é analisar as emoções que se manifestam nas expressões faciais (expressas ou instaladas), nas microexpressões e na linguagem corporal. Não sem antes avaliar se o sujeito à nossa frente é destro ou canhoto pela percepção de preferência de comando muscular (esquerdo ou direito) exposta pelo tamanho da face – um lado sempre é maior que o outro.

São tantos detalhes envolvidos e a maioria deles ainda está sendo testada e comprovada ou não pelo método científico. A psicologia é uma ciência em desenvolvimento e todos os dias somos apresentados a novas descobertas sobre o funcionamento do cérebro. As propriedades da mente e como elas influenciam o surgimento das emoções. Isso tudo, ainda é, um vasto campo de trabalho à espera de pesquisadores dedicados.

Acredito que antes de se pensar em descobrir a mentira no rosto dos outros deveríamos estar preocupados em saber o porquê alguém mente. A mentira mais comum, por exemplo, funciona como um lubrificante nas relações sociais, sem ela todos seriam extremamente chatos só falando o que realmente pensam sobre os outros. Seria impossível a existência de pessoas simpáticas, embora muitos afirmem que só dizem a verdade.

Outro fator que impede esta precisa análise da mentira é o grau de afeto entre as pessoas. Quanto mais próximas (ao contrário do que se pensa) menor a possibilidade de perceber a mentira quando existe a intenção de trapacear. Um sistema interno parece querer preservar, em nós, a decepção diante de uma pessoa que amamos e cria – imediatamente – uma justificativa interna para abafar qualquer sinal externalizado da mentira que está sendo dita. Pense um pouco sobre isto.

Conhecer a pessoa muito bem não é uma boa condição para uma análise comportamental isenta. Ao contrário, não ter uma formação ideológica sobre a personalidade de alguém talvez seja um excelente pré-requisito para uma boa análise. Óbvio que qualquer analista precisa traçar parâmetros e, para isto, precisa observar o sujeito se comunicando em diferentes níveis. Uma expressão ou manifestação verbal, fora de um cenário maior, não pode ser avaliada com precisão por ninguém.

A única coisa que podemos afirmar com certeza, diante de uma conversação em andamento, são os perfis emocionais que estão ocorrendo nas microexpressões expostas pelo sujeito à nossa frente. Mas, mesmo assim, o que causa essas manifestações pode ser de ordem interna (Ex: imaginação / memória  /lapso) ou externa (Ex: calor/frio/insetos/vento) e só mesmo o cuidado de ligar vários sinais apresentados pelo corpo, junto a estrutura comunicacional, para se chegar a uma possível decisão de mudança na linha de abordagem que está sendo desenvolvida. Ou seja: isso não é mágica nem jogo de adivinhação.

A ciência da análise comportamental surge para auxiliar o homem a interagir melhor com o seu próximo. Facilitar a comunicação, levar as pessoas a um nível de entendimento maior com seus pares e não apenas como ferramenta de inquérito policial. Um bom comunicador deve ter, inclusive, maturidade para saber lidar com as emoções refratárias que poderá encontrar no dia a dia e possuir argumentos que possam levar a uma finalização positiva para todos.

A mentira existe sim! Todavia, são nas emoções que as movimentam onde vemos verdades!


sexta-feira, 17 de julho de 2015

A ERA


Por: João Oliveira - Psicólogo (CRP 05/32031)

Sabemos muito bem: tudo que nasce um dia morre. No entanto, temos uma grande dificuldade em aceitar isso como parte do processo, principalmente quando essa mudança aparenta ser um final permanente de nossa consciência.

Houve uma era onde os répteis reinavam sobre a face da Terra, aparentemente um impacto, promovido pela queda de um meteorito de grande magnitude, terminou com o que convencionamos chamar de: “A era dos dinossauros”. Também, tivemos algumas civilizações que dominaram suas respectivas áreas em vários continentes onde, apesar de deixarem fartas provas de fantásticas tecnologias de construções (por exemplo), não conseguiram perpetuar seus conhecimentos ou mesmo vestígios mais claros de suas existências. Desses povos, pouco ou nada sabemos.

Mesmo os curtos espaços de tempo que cronometram alguma atividade também estão sujeitos ao processo de começo, meio e fim. Um filme que assistimos, por melhor que seja, em algum momento terá estampado na tela os créditos finais com os verdadeiros nomes dos profissionais que deram vida a inúmeros personagens. Ou ainda, uma peça de teatro, onde heróis e bandidos se enfrentam em uma luta cênica mortal, terá, após o espetáculo uma confraternização entre os atores atrás do palco. Tudo termina, nada é para sempre.

O grande segredo da pequena trajetória que temos nesse plano talvez seja preparar uns bons créditos para serem exibidos após nossa jornada. Provavelmente (não é certeza absoluta) deve existir uma coxia onde os atores que ainda não entraram em cena ou, os que já saíram, possam observar a nossa atuação. Na dúvida, se teremos ou não uma confraternização ao final, é melhor garantimos que será uma festa de comemoração e não de cobranças e repreensões por uma péssima performance.

Certo é, disso não tenha dúvida, que o nosso inconsciente não teme a morte. Na verdade, muitas vezes acelera o processo numa tentativa de nos tirar de uma situação, em vida, da qual não possuímos recursos suficientes para lidar.

Assim, surgem sintomas psicossomáticos que podem gerar doenças que levam pessoas, muitas vezes, a uma morte prematura em seu possível ciclo de vida. Se isso é uma realidade, a morte ser apressada pelo nosso próprio sistema vital, é sinal que a vida como conhecemos hoje pode ser descartada diante de barreiras que julgamos intransponíveis: quem valoriza a vida é o que chamamos de consciente: o ego!

Mesmo sendo um absurdo pensar assim, ainda existe uma outra faceta curiosa que nos faz pensar sobre esse momento de finalização: os sonhos terminais. Carl G. Jung foi um dos primeiros a perceber que, nos dias que antecedem uma morte natural, os sonhos mudam de perfil se tornando extremamente positivos e satisfatórios, levando o sonhador a ter recordações espetaculares ou a vivenciar projetos de realizações fantásticas que nunca teve oportunidade de realizar em vida. Trata-se de um maravilhoso procedimento compensatório, uma forma que nossa mente criou para tornar mais leve os últimos momentos de vida.

Contrário fosse, se o inconsciente temesse a morte, esses sonhos deveriam ser, pela lógica, assustadores.

Inúmeras são as crenças religiosas sobre esse tema que acabamos de abordar. Poucas são as que acreditam em um final permanente e, ainda menos ainda, são aqueles que não temem retorno, de alguma forma, pelos seus atos praticados na vida em algum período posterior a própria existência.

Viver não é apenas um monte de manhãs e tardes ensolaradas. Cada vida é uma era em particular e deve, para ser melhor aproveitada, deixar vestígios que possam ser lembrados positivamente ou, servir de referência para os novos atores que irão atuar nesse palco espetacular onde, nesse exato momento, todos os holofotes estão sobre nós.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

PERSONALIDADE TIPO C


Por: João Oliveira - Psicólogo (CRP 05/32031)

                Quando Amussart em 1854 disse: “- A influência do luto parece ser a causa mais comum de câncer”, ele já estava lançando uma luz sobre a influência dos estados emocionais e o surgimento deste perfil de doença.

                Sabemos que o câncer, no seu perfil mais amplo, se trata de conjunto de doenças em que células anormais do corpo se multiplicam e se espalham de maneira descontrolada, formando uma massa tissular (unida) que chamamos de tumor.  Diferem em formas e tipos:

Metástase – processo em que células corporais malignas proliferam em grande número e espalham-se para os tecidos corporais circundantes.

Carcinoma – câncer das células epiteliais que cobrem as superfícies internas e externas do corpo; inclui o câncer de mama, de próstata, de pulmões de pele.

Sarcoma – câncer que ataca os músculos, ossos e cartilagens.

Linfoma – câncer do sistema linfático.

Leucemia – câncer do sangue e do sistema produtor de sangue.

Para todos os casos nós possuímos células imunológicas que patrulham o corpo constantemente, em busca dessas células anormais, as quais são localizadas e mortas. Entretanto, quando o sistema imunológico é saturado pelo número de células cancerosas, enfraquecido pelo estresse ou, ainda, por algum outro fator, o sistema de vigilância do sistema imunológico é suprimido e o câncer pode se desenvolver.

Claro que muitos são os fatores de risco, muitos deles ambientais, que podem ampliar a possibilidade do desenvolvimento da doença: fumo, tabagismo passivo, perfil da dieta alimentar, uso do álcool, estilo de vida sedentário, histórico genético, substâncias químicas tóxicas, radiação, poluição entre outros.

No entanto, pesquisadores perceberam que existe um perfil de personalidade com maior probabilidade de desenvolver o câncer: a personalidade tipo C (propensa ao câncer). Acredita-se que as pessoas mais passivas e obedientes, do tipo que não reclamam de nada na vida e que tem muita dificuldade para expressar suas emoções são mais vulneráveis ao câncer.

Pessoas que podem confundir suas próprias emoções e, ao invés de perceberem uma angústia profunda, por exemplo, sentem dor no corpo. Outras abafam seus sentimentos reprimindo a própria raiva e ódio ou, vivem em uma amargura pela não realização dos seus próprios sonhos, focando seus pensamentos nas desventuras e não nos possíveis projetos futuros.

Aqui mora um dos segredos da história: o que conhecemos por ser uma excelente pessoa, que tudo faz para agradar a todos ao seu redor, pode esconder, de fato, um ser em grande sofrimento.

Antes de pensar em um possível tratamento multidisciplinar onde as modernas técnicas médicas se aliam aos psicólogos comportamentais (com vastas ferramentas inclusive a hipnose clínica), devemos moldar nosso estilo de vida para um formato mais adequado a uma existência emocionalmente saudável.

Se não for capaz de ressignificar uma emoção, alterar sua percepção com a elaboração do pensamento:  vivencie-a! Não reprima suas emoções, isso pode custar caro em todos os aspectos da vida.









sábado, 4 de julho de 2015

O CHEFE



Por: João Oliveira - Psicólogo (CRP 05/32031)

   Existe uma diferença básica entre o líder e o chefe: o chefe ordena, mas, o líder lidera. Parece mais uma pegadinha semântica, no entanto, não é. Ocorre que o verdadeiro líder é carismático e consegue que seus colaboradores o sigam pela empatia que gera no ambiente.

  Dar o exemplo, apresentando em seu próprio comportamento, como as coisas são feitas é somente o primeiro passo, o líder deve elogiar, dar conselhos e estar sempre pronto para assumir a responsabilidade pelo grupo quando alguma coisa der errado. Não é tarefa fácil e nem todo mundo está preparado para liderar uma equipe, que nem precisa ser muito grande: onde encontramos duas pessoas atuando pode ter certeza que uma delas exerce algum tipo de liderança.

    Existem líderes natos, pessoas que possuem atitudes espontâneas que as colocam, de forma natural, no comando de outras. Na verdade, nem precisa ser um diretor ou possuir um cargo de comando: é uma liderança de fato e não de direito.

  Assim, algumas pessoas acabam adquirindo talentos pelas experiências vividas e podem se tornar, sem esforço maior, o referencial de comando de um grupo ou, até mesmo uma nação.

    Mas, quem não é assim, desse jeito natural, pode conseguir reunir todos os talentos de um bom líder se souber incorporar algumas técnicas. Vamos enumerar cinco fáceis de serem colocadas em prática hoje mesmo:

1 – Seja sincero: Fale sempre a verdade para seus comandados e de forma objetiva. Não invente histórias, ou seja, prolixo. As pessoas confiam mais em quem é franco e direto. Lembre-se que isso não significa ser rude ou mal-educado.

2 – Seja sutil: Jamais chame a atenção de nenhum integrante de sua equipe em público. Isso irá desenvolver um ambiente de medo que é altamente contraprodutivo.

3 – Não ouça fofocas: ter informação é muito importante, mas é necessário saber separar a informação qualificada e útil da fofoca que só prejudica. Corte logo no primeiro momento o ambiente de fofoca, pois é algo danoso ao ambiente corporativo.

4 – Elogie sempre: esteja sempre buscando algo positivo nas pessoas de sua equipe para elogiar e, diferente da bronca, faça isso em público para que todos saibam que o bom trabalho é percebido pelo líder da equipe.

5 – Não seja autoritário: existe uma grande diferença em ter autoridade e ser autoritário. A autoridade é dada ao superior e o autoritário tentar impor suas vontades. Por isso, permita que seu comportamento e atitudes propiciem o ambiente mais adequado para a sua autoridade.

   Claro que liderar depende de uma equipe, mas para se transformar em um líder de fato, você deve, primeiro, aprender a comandar a si próprio domando suas emoções e suas atitudes.