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sábado, 4 de abril de 2015

QUEM É MAIS FELIZ?



Por João Oliveira

            De todas as criaturas desse lugar foi justamente com a águia que a formiga foi se encrencar. A disputa agora estava pairando sobre quem vive no melhor ambiente:

- É claro que sou eu! – Disse a águia – Vivo no céu, entre as nuvens. Consigo ver o mar mesmo estando aqui no deserto.

-  Isso não é nada. Garanto que você nunca bebeu água de uma fonte subterrânea e que, com certeza, depende da luz para se guiar por onde vai. Eu não! Ando tranquilamente na escuridão...

- Anda! Veja bem, você disse: anda! Eu sou capaz de voar e ando também se quiser.

- Anda que nem um boneco de posto... – disse a formiga rindo alto.

- Você está passando dos limites. Vamos fazer uma aposta então para ver quem vive melhor neste mundo?

- No que você está pensando...

- Que tal se nós trocássemos de lugar? Você vai para o topo da montanha e eu fico vivendo aqui nessas pequenas cavernas que você constrói.

- Você não vai caber dentro de nossas comunidades, as paredes são pequenas e você vai derrubar tudo!

- Está com medo formiga? Teme que eu consiga provar para você que o meu modo de vida é melhor?

            Nesse ponto da discussão já havia meia floresta em volta dos dois. A formiga olhou em volta e, temendo ser humilhada em público disse:

- Eu aceito! Que comecem os jogos!

            Assim a águia levou a formiga para o alto da montanha e voltou para começar a catar folhas e se enfiar nos pequenos formigueiros.

            Uma tragédia!

            A formiga era soprada de um lado para o outro mesmo no mais fraco vento da montanha o frio já estava deixando a pobre coitada congelada dos pés à cabeça e, a águia, por outro lado, estava completamente suja de terra, encolhida e com medo da escuridão que reina nos corredores estreitos das colônias de formiga.

            Nem ao menos terminou o dia e a águia já estava de volta ao topo da montanha toda arranhada e cheia de dores pelo corpo. Quando a formiga viu a ave pousando disparou:

- Já desistiu? Logo agora que eu estava me preparando para saltar da montanha para começar a voar.

            Moral da história: cada macaco no seu galho.

            As pessoas são diferentes e encontram formas de viverem felizes como podem. Não devemos nos apiedar dos outros só porque eles não possuem o mesmo perfil de felicidade que nós. Da mesma forma, o perfil de sucesso é muito individual. Nem todos querem ter o mesmo objetivo de vida – ainda bem – e, sim, é possível ser feliz com pouco e, imensamente infeliz com muito. Felicidade e sucesso são conceitos subjetivos; não há parâmetro que possamos utilizar para todos sem distinção.

            Podemos também perceber que algumas pessoas não conseguem encontrar o seu perfil de felicidade e ficam tentando imitar o de outras pessoas. Claro que isso é impossível, pois o que se vê externamente nada têm a ver com o que se sente. Não há como estar na pele do perfil psicológico do outro. Assim, pode-se pensar que a felicidade alheia está nos bens materiais que cada um possui, pois é isso o que conseguimos enxergar. No entanto, o que não vemos, é que o outro pode estar em desarmonia familiar e isso o faz infeliz nesse momento.


            Assim, buscar o seu modelo de felicidade dentro de suas próprias possibilidades é o caminho mais sábio que se pode ter. Ser feliz como puder, ainda hoje se possível.

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