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quarta-feira, 18 de junho de 2014

Múltiplos


 Por João Oliveira

              Não havia muito por onde andar. As águas haviam baixado e, o que antes era um vasto continente, agora pareciam ilhas distantes. Numali, bela deusa dos antigos, olhava com tristeza o passado glorioso de cidades estados que agora estavam nas regiões abissais de um imenso oceano.

- Eu avisei! – disse ela aos outros que estavam no barco – Eu disse que isso iria acontecer. Não ouviram... agora não existem mais.

- Senhora, não se entristeça. – falou uma jovem serviçal – Assim estava escrito nas tábuas dos antigos: “À água tudo retornará! ”

           Numali baixou a cabeça, o ar de cansaço se confundia com a angústia profunda, caminhou pelo convés vagorosamente e, de súbito, gritou com toda força:

- Onde está o nosso Mago Engenheiro?

- Aqui estou Numali, pronto para lhe servir!

                Um velho homem surgiu no ar em frente a Numali e trazia nas mãos cristais coloridos.

- Veja, já localizei um outro planeta com as mesmas condições do nosso! Olhe aqui em meus cristais sagrados como os habitantes de lá vivem em alegria constante. Será um bom lugar para começarmos de novo. – disse o Mago Engenheiro em euforia.

                Numali se curvou sobre os cristais e começou a ver várias cenas do tal planeta.

- Isto é uma máquina do tempo? Estou vendo nosso passado aqui. O que eles estão fazendo todos reunidos em um só local gritando como loucos? Não parece com os nossos antigos jogos de guerra? – perguntou Numali.

- Ah...- disse o Mago – Isso se chama futebol. Está ocorrendo uma disputa que reúne todos os reinos deste planeta em uma mesma competição.

- Me diga Mago, o que o território dos guerreiros vencedores recebe como tributo ao final do torneio?

- Na verdade não muita coisa. Pelo que eu entendi, olhando os cristais, eles recebem uma grande taça de metal. Tudo é muito simbólico por lá...

- Como simbólico? Veja como as pessoas estão vestidas, histéricas, veja aqui: algumas estão sendo agredidas. Eles estão em guerra como nós antes da catástrofe?

- A senhora mexeu nos cristais, isso que está vendo agora são os trabalhadores que ensinam crianças solicitando melhorias em seu labor.

- Mago? Neste lugar os que detém o conhecimento são agredidos? Isso parece bem pior que o nosso passado. Tem algo errado com os cristais...

- Não... tem algo errado no planeta deles. Por isso, acredito ser uma excelente opção para o nosso destino. Veja aqui... neste cristal menor como eles se encantam por qualquer coisa.

- O que é isso?

- São as fêmeas da própria espécie com poucas indumentárias.

- Mago – disse Numali pálida – Eles ficam paralisados diante de seres da própria espécie em situação de nudez?

- E não é só isso! Veja como são frágeis e podem ser desligados com o mínimo esforço. São bolhas de líquido e carne com ossos porosos. Imagine diante de nossos guerreiros invisíveis.

- Sim, seria fácil dominar pela força. Vejo como morrem com facilidade... mas tenho um plano melhor para nos apossarmos de tudo e ainda sermos adorados e bem servidos. Não é preciso preparar nada. Partimos hoje!

                Assim o barco se transformou em uma grande nave espacial e todos os seus tripulantes e passageiros, mais de 300.000 sobreviventes de um planeta submerso, começaram uma jornada em direção a Terra.

- Mas, minha senhora, como espera dominar todos de uma só vez?

- Nada, quando chegarmos, dentro de alguns anos solares, pouco existirá desta espécie e, os que sobreviverem, aceitaram qualquer oferta de esperança como tábua de salvação.

- E como a senhora sabe disso?

- Veja como o nosso planeta, como se autodestruiu. Não éramos tão diferentes deles há alguns poucos anos. Tínhamos histeria coletiva, apego a coisas banais e, você bem se lembra, brigávamos entre nós por qualquer motivo que fosse. Pela distância que estamos deles, o tempo da viagem será suficiente para encontramos escombros e seres famintos.

- Mas, senhora – disse o mago – é justamente isso que somos agora.

- Sim amigo Mago, mas eles não sabem disso!

                O pior tipo ignorância é a que acredita que conhece algo mas, que realmente nada sabe sobre realidade dos fatos, por isso, é facilmente manipulável pelos que distribuem as informações.


terça-feira, 17 de junho de 2014

FÉ E ESPERANÇA!


 Por João Oliveira

                Em alguns momentos da vida podemos nos pegar em situações onde acreditamos que não existe saída para à situação que estamos imersos. O poço, de tão profundo, não permite ver a luz que orienta à saída. Nesse instante pode ser que percamos a fé e a esperança.

                Condicionamos essas palavras para esses momentos especiais de sofrimento e dificuldade. Nos esquecemos que, para tudo na vida, em todos os instantes é necessária uma extrema dose de fé e esperança em tudo que fazemos.

                Estar tranquilo, lendo este texto, requer uma pequena esperança que o final seja algo engrandecedor e que possamos incorporar em nossas vidas. Também é preciso uma forte crença que a luz vai continuar iluminando sua leitura até o momento final ou, em pior escala, que a sua visão irá permanecer inalterada.      

                Atravessar qualquer rua requer muita esperança. Mesmo sem nenhum carro vindo ao longe pois, aviões e fios eletrificados podem cair dos céus. Aparelhos de ar condicionado ou mesmo pessoas podem se projetar no ar do alto dos edifícios. Sem falar em bueiros explosivos ou buracos escondidos. Sim! Sair de casa exige muito de nós.

                Mas ficar em casa não é tão diferente. Lâmpadas podem explodir, espelhos podem partir e --- cuidado --- aparelhos elétricos explodem sem dar nenhum sinal de defeito anterior. No entanto sei que isso tudo parece um tremendo absurdo e, para alguns, um pouco de paranoia de minha parte.

                Se você pensa dessa forma (que nada vai ocorrer de errado nos próximos minutos) é sinal que possui os elementos necessários para enfrentar, de frente, qualquer problema em sua vida. Afinal, provamos com elementos sólidos, que você possui fé e esperança.

                Assim, quando estiver pensado que tudo está no fim apoie-se no básico. O sangue que corre em suas veias e o seu batimento cardíaco já são um certificado que algo maior está no comando garantindo a possibilidade de mais um passo em qualquer direção. Caso seja sua opção ficar paralisado, sem ação, ou retroceder em sua caminhada esse sistema irá prover exatamente aquilo que deseja.

                Por isso, foque em resultados em médio e longo prazo com total fé e esperança. Faça seus movimentos acreditando nesta real possibilidade. Caso não dê totalmente certo do jeito que você desejou, tente mais uma vez e quantas vezes forem necessárias. O mundo foi feito do nada, apenas a palavra existia antes de qualquer matéria hoje, já existe provas científicas, o pensamento é capaz de alterar até mesmo o DNA de nossas células.

                Não se trata, apenas, de uma fé cega. Deve existir estratégia comportamental alterando tudo que já foi feito e deu errado. Atentar para os caminhos já percorridos como forma de eliminar erros futuros é parte do processo de crescimento. O homem pode errar várias vezes em seu percurso de aprendizado, mas deve evitar cometer o mesmo erro duas vezes.


                Devemos também saber separar a fé em Deus da dependência Dele para os nossos resultados. A frase: “Se Deus quiser! ” pode inertizar pessoas que esperam dádivas que caiam do céu, entrem pela janela e os alcance embaixo do cobertor. Não vai funcionar assim pois, nem a chuva toca nossas cabeças dentro de casa.   

sexta-feira, 6 de junho de 2014

A FORÇA


 Por João Oliveira

                Algumas pessoas possuem uma força incrível para se movimentar em nosso ambiente social e/ou profissional. Uma motivação natural que sempre está presente em todas as atividades nas quais estão envolvidas. De onde será que surge essa energia que impulsiona, todo o tempo, um seleto grupo de indivíduos? Qual seria a origem de tanta vontade de realizar seus objetivos?

                O que vemos é um extrato da personalidade. Não há como saber, pela ação presente, como se originou o movimento que percebemos sendo finalizado. Da mesma forma que é errado supor que pessoas nascem e morrem com o mesmo perfil emocional. Sim, pessoas são diferentes umas das outras e, acredite nisso, podem se tornar diferentes, delas mesmas, ao longo da vida.

                São diferentes possibilidades de experiências vividas que podem se tornar gatilhos para perfis comportamentais distintos. Às vezes a mesma experiência, impressa em duas pessoas simultaneamente, gera atitudes diferentes e a longo prazo, acabam por se tornar referenciais opostos de justificativas comportamentais.

                Dessa forma, podemos pensar que não existe, de fato, um protocolo para trilharmos e obtermos resultados satisfatórios. Essas tais experiências podem ser variadas, boas ou ruins, percebidas ou não como gatilho comportamental. Resumindo: cada pessoa é um universo de probabilidades.

                Verdade é que, sorte ou azar, só o futuro dirá. O que hoje parece ser algo extremamente ruim pode ser a alavanca para o sucesso em algum tempo à frente. As emoções existem como respostas para as situações que enfrentamos todos os dias, elas podem elencar recursos de diversas maneiras. Como aplicar esses recursos (ataque ou fuga) já é outra questão.

                Uma possibilidade seria a ressignificação contínua dos problemas que surgem como barreiras impeditivas ao nosso desenvolvimento. Olhar para essas paredes como algo que deve ser escalado e não como algo que deve ser derrubado ou parada final de percurso.
                Veja bem à sua volta como as pessoas que obtém sucesso em suas ações reagem a intempéries. Tente notar se elas culpam alguém (ou a si mesmo) e de que forma colocam a energia resultante do descontentamento em prol da resolução do problema.

                Claro que nem todo mundo será capaz de alterar significados imediatamente. Principalmente as que possuem um autoconceito deficitário. Para que isso seja trabalhado, o melhor que pode ser feito é buscar auxílio profissional. Existem vários perfis de profissionais habilitados para tal, dentre eles o psicólogo.


                Todos nós possuímos a mesma estrutura interna. O que diferencia nos resultados que obtemos é a forma como interpretamos e devolvemos ao universo

domingo, 1 de junho de 2014

O DESEJO DE PRODUZIR



Por Beatriz Acampora

Em uma vila, perto de uma mina de carvão, nasceu uma criança, um menino muito esperto, com um desejo muito grande de realizar, de mover o mundo. Enquanto criança ele corria, pulava, construía objetos.

Logo que entrou na adolescência seu pai o colocou para trabalhar na mina de carvão, como todos os outros homens da família faziam. Ele aprendeu o ofício de ser mineiro e trabalhava com vontade.

Sentia dentro do peito um desejo de fazer algo diferente, mas não sabia o que era. Tinha alma de pintor, mas nunca tinha sido apresentado a pincéis, telas e tintas. E toda sua energia acumulada, toda a sua força interna era colocada no trabalho na mina.

Em alguns momentos se sentia frustrado sem saber o porquê e queria explodir aquela energia contida. E corria pela mina com o carrinho de carvão, tão rápido e até mesmo agressivamente, que foi considerado o mineiro mais rápido e que trabalhava mais.

Outras vezes sentia uma angústia de não estar produzindo algo diferente, canalizando seu desejo de outro modo, e batia com a marreta com mais força, escavava com mais velocidade do que todos os seus companheiros e, mais uma vez, se destacava.
Tudo o que ele queria era produzir, mas não sabia o que, nem como, não entendia porque aquela energia imensa que morava em seu peito tinha vontade de sair, de contagiar, de explodir.

Se sentia feroz e trabalhava mais, incessantemente, tentando aliviar seu peito, esvaziar sua vontade de fazer algo. Muitas vezes era visto como revoltado, agressivo, mas o que ninguém sabia é que nem ele mesmo conhecia suas potencialidades, suas habilidades adormecidas.

Potencialidades que nunca despertaram e, assim, foram transformadas em um outro tipo de produção: os olhos das pessoas da vila nunca viram quadros pintados por ele, mas conheceram o melhor e mais rápido mineiro daquelas terras.

Nem sempre os dons são revelados! Por falta de oportunidade, potencialidades ficam adormecidas. Mas a produção é outra coisa: para direita ou para a esquerda, para frente ou para trás, para cima ou para baixo, ela sempre ocorre.

Cada um pode extrair da vida aquilo que a força da sua alma impulsionar. Fazer, realizar, produzir mais e melhor com o que é dado. Se for plausível, buscar novas possibilidades. Se for improvável qualquer mudança de rumo, aceitar a natureza das coisas e direcionar as forças para fazer de modo eficaz aquilo que lhe cabe nesse momento.

Onde quer que esteja, a sua natureza irá se sobrepor a todas as possibilidades presentes e sua energia será vista, ressaltada, porque a força da alma e o desejo de realização não ficam inertes, movimentam e contaminam.

Mentalist: O Curso - Turma de 31/05/2014





O RETORNO



 Por João Oliveira

Ao sair sempre deixe a porta aberta. Esse tema, no universo corporativo, é quase uma regra que deve ser seguida com parâmetros bem rígidos. Jamais um colaborador deve se afastar – por qualquer motivo que seja – de uma instituição deixando lacunas que possam ferir sua postura como elemento produtivo.

Sempre que surge uma oportunidade melhor na vida profissional de alguém, seja uma oferta de maiores ganhos, reconhecimento ou mesmo de liberdade criativa em sua função, uma nuvem se forma, diante dos olhos do colaborador, criando elementos de distração no seu posto atual. Deste jeito, com o foco no futuro promissor, falhas podem ocorrer durante o período que ainda atua em sua instituição de origem. O resultado pode ser desastroso em múltiplos níveis.

Ocorre que ao perder o ponto de atenção principal – função atual – o colaborador pode deixar passar elementos importantes para a produtividade do corpo laboral onde atua. Assim, comprometendo sua estrutura, cria uma mácula que no futuro irá depor contra sua conduta profissional.

O que deve ser feito em uma situação similar e poder ofertar, nos últimos momentos de colaboração com a empresa que está deixando, o melhor de si. Atuar de maneira exemplar e produzir de forma assertiva acima de suas médias anteriores. Essa será a imagem que ficará fixada entre os gestores e seus companheiros de linha. Como certa vez disse Getúlio Vargas: “Um bom discurso deve ter sempre um final apoteótico pois, é disto, que sempre se lembrarão!”.

O planejamento para o desligamento deve ser feito de maneira harmoniosa, clara e honesta com todos os envolvidos no processo. A surpresa poderá gerar um sentimento de traição para os que sempre puderam contar com você. Pensando desta forma o colaborador estará permitindo um reingresso, caso necessário for, sem ressentimentos. Uma pessoa que sabe sair de um ambiente sempre será bem-vinda em qualquer tempo.

O pensamento a respeito de um futuro promissor, ter ambição de crescimento profissional, estar sempre em busca de novas oportunidades cria um elemento altamente produtivo e capaz de se atualizar constantemente no mercado. Não há nada melhor para uma instituição do que poder contar com pessoas assim: que não se acomodam nunca. Apenas o cuidado de não se afastar da realidade cotidiana deve ser mantido e, mesmo diante de uma promessa efetiva, é relevante manter os pés na plataforma de lançamento. Já reparou que as plataformas de lançamento de foguetes, esses que vão ao espaço, são estruturas muito firmes?

Não há como se lançar em novas conquistas sem sair de terra firme. Manter a estrutura original da melhor forma possível e poder contar com o retorno – mesmo que isso não faça parte de seus planos – é sempre a melhor estratégia para se alcançar uma forte aderência de boa reputação no meio institucional. Gestores usam recrutadores que se comunicam com o mercado o tempo inteiro não é uma folha de recomendação que abre as portas de uma empresa para novos colaboradores: é o seu passado produtivo. Mantenha sua linha histórica preservada e o futuro será mais promissor e fácil de ser alcançado.

Apenas lembre-se: mesmo as rodovias de mão única tem retornos em seu percurso.