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quarta-feira, 4 de agosto de 2010

A Origem - A informação está no seu sonho!


Christopher Nolan desafiou os espectadores ao fazer de O Cavaleiro das Trevas muito mais do que um simples e divertido filme de super-herói. A produção era complexa, sombria, com tantos efeitos especiais espetaculares quanto drama. O público embarcou: foram mais de US$ 1 bilhão faturados ao redor do mundo.

Tamanho sucesso credenciou o diretor a comandar um projeto mirabolante em que trabalhava havia mais de dez anos. A Origem, como outras obras do cineasta, investiga a mente, desta vez por meio dos sonhos. Dom Cobb (Leonardo DiCaprio) comanda uma equipe que compartilha e assim invade os sonhos de pessoas para roubar de seu inconsciente segredos que possam ser utilizados por empresas concorrentes. Um poderoso empresário (Ken Watanabe) procura o serviço para propor algo diferente: que ele implante uma ideia no cérebro do herdeiro de outra companhia (Cillian Murphy). Dom contrata uma nova arquiteta dos sonhos, Ariadne (Ellen Page), e junta sua turma, formada por Arthur (Joseph Gordon-Levitt), Eames (Tom Hardy) e Yusuf (Dileep Rao). Ao mesmo tempo, o passado de Dom, na forma de Mal (Marion Cotillard), vem para assombrá-lo.

Como os sonhos são ambientes cinematograficamente ideais, as cenas vão deixar o espectador boquiaberto como não ficava desde Matrix. Paris dobra-se sobre si mesma, explode em milhões de pedacinhos, jatos de água invadem uma casa tradicional japonesa. Joseph Gordon-Levitt, que faz o responsável por toda a logística do grupo, é quem se diverte mais, andando pelas paredes e pelo teto e levitando em espaços com gravidade zero.

A Origem não é um simples filme de ação, no entanto, e mistura gêneros diversos. Há um golpe em andamento, o que contribui para o suspense, mas também drama e uma história de amor. A fronteira entre heróis e vilões fica ainda mais borrada do que em Cavaleiro das Trevas. O que Dom e sua trupe fazem é ilegal e imoral, mas, ainda assim, torcemos por eles.

O diretor leva seus jogos mentais à última instância e desafia o espectador para que fique ligado nas intricadas camadas de seu roteiro, sem jamais chateá-lo com um quebra-cabeças inútil. É impossível não ficar intrigado. Nolan acredita nas ideias, acredita na imaginação, acredita no público – algo cada vez mais raro, se não inexistente, em Hollywood. E, assim, fez o melhor filme da indústria em anos.


Fonte IG - Último Segundo






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