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domingo, 13 de junho de 2010

A serpente negra de listras amarelas

A cada morte que eu tomar ciência na Br 101 duas linhas serão acresentadas ao final do texto.

Estrada faminta e miserável!
Se alimenta de almas.
Quando será minha vez?
Não se iluda!
Temos chances: eu e você!

Impiedosa não vê sexo, tamanho,
compromissos inadiáveis e a pressa.
Ao viajar de tudo se despeça.

Ela é negra e fica vermelha.
Listrada, muito venenosa.
Oleosa engana a si mesma.
O pedágio, pago no crédito.
Pois, no meu azar, pode ser,
que ela nunca receba.

Nos dias que chove, gente morre.
No calor, presos nas ferragens, dor.
E o socorro rápido vem.
As vezes, para ninguém.
A Br mata a vista resolvendo na hora.
E a prazo, busca no leito, cobrando juros de mora.

Mesmo sem carro paga-se caro.
Levando a vida, do pedestre desavisado.

Antecipadamente a mãe chora.
Se o filho viaja para o rio, niterói ou vitória...
Estrada que leva a um outro universo
e a cada passagem, eu aumento dois versos.(03/06/2010 + +)

Na chuva os buracos na água nivelados
Não se sabe se são largos, fundos ou rasos.
(04/06/2010 +)

Pela estrada, de moto, fica família agora
Pela vida, que vai, é o filho quem cobra. (13/06/2010 +)

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